Inopinadamente

Há quem embirre com advérbios. Eu não. Acho que proporcionam tempo de reflexão, quando se escreve e quando se fala. São úteis, portanto.

O presidente eleito, futuro Presidente da República, usa-os com frequência, com o gosto e o prazer com que faz quase tudo.


Gosta particularmente - cá está, um advérbio - de inopinadamente.

É presidente inopinadamente, porque diz que podia não ter sido candidato. Se ouvir esta manhã a rádio vai perceber porquê.

Inopinadamente, inesperadamente, repentinamente, surpreendente, incrível e extraordinário são os sinónimos possíveis e todos eles aplicáveis no caso. Desde Setembro que, inopinadamente, não sabemos o que Marcelo pensa sobre tanta coisa.

Inesperadamente do orçamento sabemos, disse-o na campanha. Promulgará, lá para a Páscoa, extraordinariamente com mensagem acoplada. Assim, repentinamente. Ou será normalmente?

Depois de anos em que todas as semanas se sabia o que pensava, ou o que queria dizer sobre a actualidade, desse ponto de vista, amanhã é que começa um novo ciclo.

pub