45 anos de poder local - a Coesão Territorial: Onde é que começa e acaba o interior?

por Antena1

Foto: Casa de Santo Antão

A valorização do território continua a ser um desafio nomeadamente ao nível do poder local. Os territórios portugueses têm diferentes velocidades no que diz respeito ao desenvolvimento e o desafio passa por uma aposta na convergência dos territórios com a mobilidade, política, economia e emprego. Este é o tema de hoje da parceria Antena 1 / Universidade de Aveiro.

Na Pampilhosa da Serra há dois projetos de turismo rural que apostam em atrair pessoas para o interior. Querem valorizar a região e alertam que há falta de mão-de-obra. Os principais problemas identificados na Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra, são a falta de recursos humanos e falta de investimento. A reportagem é da Diana Craveiro.

Pedro Chamusca é Geógrafo com Especialização em geografia urbana, governança, comércio e planeamento e desenvolvimento territorial. É também Membro da Direção da Associação Portuguesa de Geógrafos. 

Onde é que começa e acaba o interior é a resposta que o geógrafo tem tentado encontrar nos estudos que tem feito. O interior do país continua a estar envelhecido apesar da realidade trazida pela pandemia ter criado novas oportunidades nesses territórios. Mas o problema da falta de mão-de-obra mantém-se. Pedro Chamusca acredita que, nos tempos atuais, devemos falar de convergência de territórios e não em valorização ou coesão territorial. As regiões desenvolvem-se a diferentes velocidades e por isso devem ser analisadas caso a caso, consoante os desafios geográficos, políticos e sociais, em que estejam inseridas.

Isso leva-nos a outra questão - a do poder local e a da afirmação de uma voz que seja ouvida a nível nacional. O Eixo Atlântico, que reúne 39 municípios portugueses e espanhóis, esteve reunido e deixou o apelo: " não deixem o poder local para o fim da lista". Neste momento, Pedro Chamusca está a levar a cabo um estudo pedido pela câmara de Cinfães, para caraterizar as diferentes velocidades de desenvolvimento dos territórios em Portugal, concluindo, para já, que existem vários interiores, uns mais profundos do que outros. Um estudo que parte da premissa de que existem condições para se melhorar a classificação do que existe atualmente, do que são territórios de baixa densidade e que ocupam grande parte dos municípios do país. A entrevista é da Cláudia Aguiar Rodrigues.
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