45 anos de poder local: teletrabalho e atratividade podem ser conjugados?

por Antena1

Foto: Ana Gonçalves

A capacidade dos municípios para atraírem emprego qualificado ou para criarem condições para a fixação de população ativa é particularmente relevante em territórios cuja demografia tem estado mais ameaçada. São várias as estratégias prosseguidas pelos municípios: o teletrabalho é uma delas.

Este é o tema de hoje da parceria Antena 1 / Universidade de Aveiro, que semanalmente está a identificar os desafios que se colocam ao poder local nos próximos 5 anos. Em Melgaço, Alto Minho, encostado a Espanha, o trabalho à distância é cada vez mais uma realidade. Para apoiar quem decidiu voltar à vila e atrair novos residentes, a Câmara está a lançar dois projetos: o Emprende Makers e o Melgaço Invest. Projetos que vão criar um sistema de apoio ao empreendedorismo e à criação do próprio emprego. Vão ficar instalados no antigo edifício da Altice e é lá também que vai funcionar um espaço para o teletrabalho. A reportagem é da Ana Gonçalves.

Álvaro Domingues é doutorado em Geografia Humana, professor associado na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto.
Para o geografo, natural de Melgaço, o teletrabalho é ainda a ponta do Icebergue, mas Álvaro Domingues acredita que pode ser muito benéfico para os territórios de baixa densidade populacional. Este professor diz que o grande desafio dos municípios neste domínio é atrair para os seus concelhos pessoas que não são naturais de lá, mas para isso têm de ter uma atitude pró-ativa: criar residências artísticas, opções de formação, cursos de verão para captar o interesse dos mais jovens. Álvaro Domingues diz também que gostava de ver escolas menos cinzentas, que ensinassem às crianças a história da terra delas e as levassem a conhecer o território, como forma de deixar a semente para não serem tentadas a sair da terra quando crescerem. A entrevista é da Cláudia Costa.
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