Alunos do ensino superior de Viseu fazem homenagem às vítimas

por Lusa

Mais de cem alunos do Instituto Piaget, da Universidade Católica e do Instituto Politécnico de Viseu participam hoje à noite numa marcha silenciosa entre o Rossio à Sé, com o objetivo de homenagear as vítimas dos incêndios.

"Vamos trajados de luto, em marcha silenciosa, até à Sé. Depois vamos largar cerca de 60 balões com luz", contou à agência Lusa Miriam Marques, uma das alunas do Instituto Piaget que está a organizar a iniciativa.

Segundo Miriam Marques, os estudantes devem estar às 22:00 no Rossio devidamente trajados em luto e levar consigo algo branco, como uma flor ou uma fita. A restante população está também convidada a participar nesta homenagem.

Alunos do Piaget de Viseu têm estado nos últimos dias a fazer o levantamento das necessidades sentidas em algumas aldeias e a recolher bens alimentares e roupa para depois entregarem às pessoas afetadas pelos incêndios.

Miriam Marques exemplificou que, na segunda-feira, os alunos vão deslocar-se a Vila Nova da Rainha, no concelho de Tondela, para fazer limpeza nesta aldeia, que foi atingida pelas chamas.

"O Estado não tem resposta suficiente para estas pessoas. Houve muitas vítimas no nosso distrito, concretamente muitos estudantes. Tocou-nos a todos e temos de ajudar ao máximo", frisou.

Os alunos do Piaget de Viseu estão a recolher e a ir entregar diretamente às aldeias bens como roupas para homem, mulher, criança, bebé e para a casa, fraldas, produtos de higiene e bens alimentares.

"E tudo o que se possam lembrar de básico para a sobrevivência humana", acrescentam, num apelo colocado na rede social Facebook.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 42 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

O Governo decretou três dias de luto nacional, entre terça-feira e hoje.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, em junho, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

 

 

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