"Atos de indisciplina" nas Forças Armadas "são intoleráveis", afirma a ministra da Defesa

por RTP
João Homem Gouveia - Lusa

Em conferência de imprensa após a reunião de ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, em Bruxelas, a ministra Helena Carreiras considerou que os atos de indisciplina não devem ser tolerados nas Forças Armadas e que podem mesmo colocar em causa o próprio país.

Em resposta aos jornalistas sobre a polémica do NRP Mondego, a ministra portuguesa da Defesa considerou que atitudes como a dos 13 militares que se recusaram a embarcar no navio são “atos de disciplina” e são “intoleráveis”.

“Põem em causa a coesão, põem em causa a segurança de todos, e portanto o próprio país, a nossa segurança coletiva”, vincou a governante.
A 11 de março, 13 militares recusaram-se a embarcar no navio Mondego, alegando falta de condições de segurança. Neste aspeto concreto, a ministra da Defesa considerou que é necessário aguardar pela investigação do Ministério Público.

Também em relação à alegada denúncia, feita no domingo, sobre “indícios de prova” apagados pela Marinha, a ministra preferiu não se pronunciar. “É um caso que está a ser investigado, há processos disciplinares, o Ministério Público está a investigar, vamos deixar que isso aconteça”, adiantou.

Sobre a alegada eliminação de provas, a Marinha refutou esta segunda-feira que qualquer prova tenha sido eliminada. Em comunicado, o ramo das Forças Armadas acrescenta que as avarias "não eram impeditivas do cumprimento da missão em segurança".
Helena Carreiras afirmou, no entanto, que está “absolutamente confiante de que as Forças Armadas portuguesas têm a capacidade e as condições para desempenhar, como têm feito, as suas missões com grande eficácia”.

Os 13 militares não chegaram a ser ouvidos esta segunda-feira pela Polícia Judiciária Militar, como estava previsto. A diligência ficou sem efeito por decisão da procuradora do Ministério Público que dirige o inquérito.

c/ Lusa
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