"Sem efeito". Procuradora suspende inquirição de marinheiros do NRP Mondego

por Cristina Sambado - RTP
Os militares, que já abandonaram as instalações da PJM em Lisboa, não foram ouvidos nem constituídos arguidos Paulo Domingos Lourenço - RTP

Os 13 militares que, no passado dia 11, se recusaram a embarcar no navio Mondego não chegaram a ser ouvidos esta segunda-feira pela Polícia Judiciária Militar. A diligência ficou sem efeito por decisão da procuradora do Ministério Público que dirige o inquérito.

Os militares, que já abandonaram as instalações da PJM em Lisboa, não foram ouvidos nem constituídos arguidos.

A procuradora da 17ª secção do DIAP que dirige o inquérito decidiu que ainda não era a altura das inquirições e a diligência ficou sem efeito.

Ainda não se sabe se os militares e os advogados voltarão a ser chamados para serem ouvidos. A investigação vai prosseguir e poderá ser necessário recolher mais elementos e indícios de prova.
Os 13 militares (quatro sargentos e nove praças) chegaram a Lisboa na passada sexta-feira.Em causa estão dois processos separados: o processo criminal está a decorrer, tal como o processo disciplinar, que é dirigido pela Marinha.


Em declarações à RTP, os advogados de defesa dos militares afirmaram que estavam satisfeitos com a decisão da procuradora.

"A informação que temos é que o Ministério Público está a analisar a situação e ordenou que a diligência fosse dada sem efeito", afirmou o advogado Paulo Graça.

Segundo o mesmo advogado, os seus clientes não foram constituídos arguidos.

"O Ministério Público é o titular do processo, não é a Armada. A Polícia Judiciária Militar trabalha no inquérito sob a égide do Ministério Público. A responsabilidade é do Ministério Público", frisou. Para o advogado, é "totalmente normal que a procuradora, como magistrada independente, queira ver o processo para determinar o que entender por bem".

Garcia Pereira, outro dos causídicos, considera que "chegará o momento, pela via própria e no momento adequado de ser trazida aos autos a verdade destes homens".

A defesa deixa, mais uma vez, fortes críticas à Marinha que acusa de ter apagado provas da embarcação.
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