Chove no Observatório Astronómico de Lisboa, tesouro do património histórico-científico português

por Arlinda Brandão

Foto: Arlinda Brandão - Antena 1

O Observatório Astronómico de Lisboa acaba de fazer 162 anos, é um autêntico tesouro do país, mas chove lá dentro, em especial na cúpula central uma zona revestida a madeira que está cheia de alguidares, baldes, oleados e esfregonas para amparar ou limpar a água que cai.

O edifício do século XIX é pouco conhecido, e está a degradar-se de dia para dia. O Observatório está no terreno do Instituto Superior de Agronomia, mas é tutelado pela Universidade de Lisboa, mais concretamente nesta altura pela Reitoria e pelo Museu Nacional de História Natural e da Ciência.

À Antena 1 a diretora do Museu, Marta Lourenço numa resposta escrita, diz que a recuperação do Observatório é muito importante para a Universidade. E que está prevista uma intervenção, este ano, mas para o restauro global avançar ainda falta garantir financiamento.

O Observatório Astronómico de Lisboa acaba de fazer 162 anos, é um autêntico tesouro do país, mas chove lá dentro, em especial na cúpula central uma zona revestida a madeira que está cheia de alguidares, baldes, oleados e esfregonas para amparar ou limpar a água que cai.


O Observatório Astronómico de Lisboa é uma joia do património histórico-científico português.

A coleção tem 200 instrumentos de observação astronómica, entre os quais telescópios, globos, relógios, dispositivos cronográficos. A maioria foi adquirida entre 1860 e 1870 e uma parte está exposta debaixo de tetos e paredes com humidade ou junto a janelas degradadas.

A Antena 1 visitou o espaço no coração da Tapada da Ajuda em Lisboa.

A importância científica e histórica do Observatório, em conjunto com a sua coleção, biblioteca e arquivo históricos, não tem par no pais. Trata-se de património científico de excecional qualidade. Se não tiver obras urgentes, pode ficar em risco.

"A recuperação do Observatório é muito importante para a Universidade de Lisboa" é o que garante a diretora do Museu Nacional de História Natural e da Ciência , que a par com a Reitoria têm a tutela do Observatório Astronómico de Lisboa.

Reconhecendo os problemas de entrada de água na Cúpula e de humidade; numa resposta escrita à Antena 1, Marta Lourenço diz que está prevista uma intervenção ainda este ano, ao nível das janelas e portas.
Também está feito o orçamento para um restauro global, mas procura-se financiamento, lembrando que a Universidade de Lisboa "não recebe financiamento direto do Governo para a sua conservação e valorização" e fundos europeus para obras são aqui difíceis de conseguir.

Para uma maior divulgação do Observatório Astronómico de Lisboa, pretende-se que em vez de uma tarde por semana, se possa abri-lo ao público todos os dias.
Nas respostas escritas a várias questões colocadas pela Antena 1 é ainda referido quanto à necessidade de valorização do Observatório "a valorização como noutros casos europeus passa necessariamente por uma articulação muito próxima entre a história e a divulgação. Neste caso concreto, passa também por uma crescente acessibilidade da Tapada da Ajuda aos cidadãos. Estamos a trabalhar em ambas as frentes, quer com o Instituto de Astrofísica da Faculdade de Ciências (que desenvolvem atividades de divulgação regulares no Observatório), quer com o Instituto Superior de Agronomia. Felizmente a situação tem melhorado muito nos últimos anos".

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