Cinco mortos confirmados em explosão de fábrica de pirotecnia

por RTP
Nuno André Ferreira - Lusa

Pelas 23 horas de terça-feira o balanço da tragédia confirmava cinco mortos e três desaparecidos após várias explosões de uma fábrica de pirotecnia em Avões, Lamego.

Estariam a trabalhar no local oito pessoas.

Uma fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro de Viseu adiantou que a explosão ocorreu às 17h48 num paiol e projetou os corpos a grande distância.

A explosão provocou ainda um incêndio de grandes dimensões.

As causas da tragédia permanecem por apurar. A prioridade é encontrar os corpos das vítimas, como explicou às zero horas de quarta-feira o secretario de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.

O local onde se encontrava a fábrica, bastante isolado, está selado e assim irá ficar durante a noite num perímetro de 300 metros. 

Pelas 08h00 da manhã serão retomadas as buscas pelos corpos e pelos vestígios que expliquem o sucedido. A Polícia Judiciária ficou encarregue das investigações.

A fábrica estava licenciada e certificada. Jorge Gomes quer esperar pelas conclusões da investigação antes de especular sobre as causas da tragédia.
Abraço às famílias
O Presidente da República é esperado esta quarta-feira em Avões, onde irá confortar as famílias. 

Do Luxemburgo, onde se encontra em visita de Estado, o primeiro-ministro telefonou ao presidente da Câmara de Lamego para endereçar as suas condolências às famílias das vítimas.
"Em nome do Governo, quero enviar os sentimentos e uma palavra de ânimo aos familiares das vítimas do incidente desta tarde em Lamego", escreveu António Costa na sua conta no Twiter.

Fonte oficial do gabinete de antónio Costa adiantou à agência Lusa que nessa conversa telefónica António Costa se disponiblizou "para o que fosse preciso".

Igual promessa foi feita por Jorge Gomes, que garantiu às famílias enlutadas e aos habitantes de Avões todo o apoio necessário.
"Tragédia enorme"
Francisco Lopes, o presidente da Câmara de Lamego, fala em "enorme tragédia".

"É uma tragédia enorme, com várias pessoas no interior do edifício. Serão sete ou oito pessoas. Em princípio, há três mortos e receamos o pior para os restantes", declarou o autarca, fazendo também ele notar que continuam a suceder-se as explosões.

Francisco Lopes recordou que o histórico de incidentes em fábricas de pirotecnia é "conhecido", sublinhando no entanto que nunca antes com esta dimensão em termos de vítimas mortais.

Durante várias horas, de acordo com o INEM, foi impossível à equipas de intervenção avançarem face à continuada ocorrência de novas explosões.

De acordo com página da Proteção Civil, acorreram ao local dois helicópteros do INEM, 121 homens e 40 viaturas. Foram ainda enviadas várias equipas de psicólogos.

A Polícia Judiciária foi entretanto chamada a investigar as causas das explosões. 

Ao local deslocaram-se 25 militares da GNR, responsáveis pela operação de segurança, "para garantir que não há nada que possa explodir ou deflagrar", e pelo isolamento da zona, com vista à "preservação de vestígios".
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