Combustíveis. Proteção Civil com "reservas para mais de dois meses", garante ministro

por RTP
Eduardo Cabrita destacou a resposta eficaz, este fim de semana, do sistema de Proteção Civil numa situação "muito complexa" Luís Forra - Lusa (arquivo)

A perspetiva de uma nova greve dos motoristas de substâncias perigosas não preocupa, para já, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, quanto à resposta das unidades de emergência e Proteção Civil em época de incêndios.

Eduardo Cabrita garantiu mesmo que "não há problemas de reserva de combustível", na resposta a "necessidades prioritárias".

"Temos reservas de combustível acumuladas para mais de dois meses, o que temos de garantir é que numa circunstância de dificuldade de distribuição, que as prioridades são asseguradas", revelou esta manhã o governante, após uma reunião em Oeiras com as autoridades responsáveis pela proteção das populações. 
O MAI sublinhou ainda que os responsáveis pela Proteção Civil irão estudar esta tarde a resposta ao possível impacto da greve.

"A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil é a responsável pela coordenação do planeanento civil de emergências", lembrou Eduardo Cabrita.

"Precisamente, está aqui a decorrer neste momento uma reunião de todas as entidades na frente de planeamento", acrescentou, "para preparar aquilo que possa ser necessário acautelar relativamente à salvaquarda de abastecimento e de funcionamento da rede de emergência, relativamente à resposta a necessidades prioritárias."
18 mil incêndios entre 2018 e 2019
O ministro aproveitou a conferência de imprensa após a reunião da manhã para fazer um breve balanço dos incêndios até agora.

Eduardo Cabrita destacou a resposta eficaz, este fim de semana, do sistema de Proteção Civil numa situação "muito complexa".

O governante revelou que se registaram "6.800 incêndios desde o início do ano", um "número 36 por cento inferior à média dos últimos dez anos, correspondendo a uma área ardia 42 por cento inferior à média dos últimos dez anos".

"Noventa e cinco dos incêndios cobriram menos de dez hectares, 85 por cento têm mesmo menos de um hectare - quer dizer que são dominados, extintos pela intervenção inicial feita pelos bombeiros locais," voluntários, sublinhou o MAI.

Eduardo Cabrita lembrou igualmente a boa capacidade de resposta imediata com base em meios aéreos.

"Passámos de 385 intervenções realizados em intervenção inicial para 871 intervenções este ano", no início das ignições.

"Um aumento de 126 por cento na intervenções de meios aéreos em ataque inicial" contabilizou o MAI, "acompanhada pela colocação, logo nos primeiros minutos, no local mais crítico do incêndio, de meios ou da unidade de proteção e socorro da guarda nacional republicana, ou intervenção da força especial de Proteção Civil".

Entre 2018 e os primeiros sete meses de 2019, Portugal registou 18 mil incêndios, mas apenas dois assumiram a classificação de grande incêndio, ou seja, abrangeram áreas superiores a 100 mil hectares, revelou ainda Eduardo Cabrita.

Para os próximos dias, em que se espera uma melhoria das condições meteorológicas, o ministro deixou um apelo, para um especial cuidado das populações, "uma grande atenção às recomendações das autoridades resoponsáveis pela vigilância" e para que sejam "rigorosamente evitados quaisquer comportamentos que possam contribuir para o aumento do risco".
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