Costa aponta "problema estrutural" após vaga de incêndios

por RTP

Foto: Paulo Novais - Lusa

O primeiro-ministro esteve esta terça-feira no Hospital de Coimbra, onde permanecem muitas das 52 pessoas internadas na sequência dos incêndios dos últimos dias. Aos jornalistas, António Costa disse que Portugal enfrenta problemas estruturais na floresta, mas também no sistema de prevenção e combate.

Costa defende que devem ser retiradas as “ilações devidas” ao que aconteceu, remetendo, de novo, a adopção concreta de medidas para o conselho de ministros extraordinário, marcado para sábado.

O primeiro-ministro reagia assim a uma pergunta sobre se as alterações na estrutura da Proteção Civil antes da época de incêndios teriam influenciado os problemas que Portugal enfrentou tanto neste incêndio como no de Pedrógão Grande. Tudo "concorreu para catástrofes desta dimensão", sintetizou o primeiro-ministro.

“O trabalho não acaba quando o fogo se apaga”, disse o primeiro-ministro aos jornalistas, revelando que esta terça e quarta-feira, vários elementos do Governo vão estar em todos os concelhos afetados pelos incêndios para começar a fazer o levantamento dos prejuízos e das necessidades da população.

"Vamos passar das palavras aos atos. Houve o tempo de enfrentar as chamas, houve o tempo de fazer o estudo, agora é o tempo de decidir e de executar", garantiu.

O primeiro-ministro confirmou que a partir de 1 de outubro foi reduzido o número de meios aéreos. Garantiu que no domingo ordenou o reforço de meios aéreos pelo menos até dia 31 de outubro, o que já permitiu que na segunda-feira estivessem mais cinco meios aéreos ao serviço do combate às chamas.

António Costa quis deixar ainda uma homenagem a todas as estruturas de apoio à população na área da saúde, elogiando a resposta e dedicação dos profissionais.

No Hospital de Coimbra permanecem vários feridos internados, entre eles, um bombeiro ferido com gravidade. António Costa visitou-o esta terça-feira, dizendo que está a recuperar bem.

O chefe do executivo relembrou aqueles que foram “momentos de grande angústia e aflição”, referindo que pouco antes tinha recebido a informação de que tinha sido encontrada mais uma vítima mortal, em Oliveira do Hospital.

O primeiro-ministro reúne-se ainda hoje com os autarcas dos concelhos afetados pelos incêndios dos últimos dias.
pub