Costa diz que Porto para sede da Agência do Medicamento tem vantagens a nível interno

por RTP
Olivier Hoslet - EPA

António Costa defendeu na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho Europeu que, a nível interno, a candidatura do Porto é melhor do que a de Lisboa, até porque assegura uma melhor distribuição de oportunidades.

O primeiro-ministro participou em Bruxelas no Conselho Europeu. A reunião serviu para discutir o Brexit, mas também a localização de várias agências europeias, entre as quais a Agência Europeia do Medicamento.

"Do ponto de vista interno e nacional, objetivamente é melhor que seja o Porto do que seja Lisboa, porque assegura uma melhor redistribuição das oportunidades, uma melhor inserção nas redes globais", afirmou António Costa, lembrando que Lisboa já tem duas candidaturas.



"O que temos de avaliar é, se na competição global com todas as outras cidades, em qual das duas é possível termos uma melhor proposta", referiu o primeiro-ministro.

"O que desejo é que tenhamos a melhor proposta possível, seja ela do Porto ou de Lisboa, mas que seja a melhor proposta possível para Portugal porque temos de melhorar as condições da nossa candidatura em relação à dos outros países", reforço o primeiro-ministro.

Questionado sobre o "volte-face" no processo de candidatura, com a sua reabertura há sensivelmente uma semana para incluir também a cidade do Porto, Costa insistiu que a decisão inicial foi tomada "com base em critérios que se verificaram não serem justificados".

"A única coisa que posso garantir, sem entrar em muitos pormenores, é que pessoalmente fiquei muito satisfeito por verificar que as informações que me tinham sido transmitidas e que eu retransmiti ao presidente da Câmara do Porto não se verificaram", declarou.
Regras de candidatura
Na quinta-feira à noite, numa sessão de trabalho a 27, os chefes de Estado e de Governo da UE aprovaram um documento sobre o procedimento que será seguido para a decisão sobre a recolocação da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), à qual Portugal concorre, e a Autoridade Bancária Europeia (EBA), no contexto da saída do Reino Unido da União.

De acordo com as regras agora formalmente adotadas, os Estados-membros interessados devem apresentar as candidaturas até 31 de julho próximo, após o que a Comissão Europeia procederá a uma avaliação, tendo em conta os critérios agora endossados pelo Conselho Europeu.

A decisão final, numa votação na qual participarão os 27 Estados-membro, ficou agendada para novembro. A votação estava inicialmente prevista para outubro.

Entre os seis critérios que serão tidos em conta na apreciação das candidaturas conta-se a "desejável distribuição geográfica das agências", que à partida é desfavorável a Portugal, pois o país já acolhe duas agências da UE, a de Segurança Marítima e o Observatório da Droga (ambas em Lisboa), enquanto vários Estados-membros não têm nenhuma.


c/Lusa
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