Covid-19. SOS Vizinho quer implementar linha telefónica para levar bens essenciais a grupos de risco

por RTP
Facebook SOS Vizinho

O projeto SOS Vizinho foi lançado à distância e pretende criar uma rede de apoio a quem tem um risco especial na infeção do novo coronavírus e tem de permanecer em casa. Identificam-se as necessidades e um voluntário entregará os bens essenciais que essas pessoas necessitam. E para isso, a equipa de gestão quer também criar uma linha telefónica para receber os pedidos de ajuda. Trata-se de uma "responsabilidade social", defende o mentor desta ideia.

Ainda não está a funcionar, mas o crescimento da ideia tem sido exponencial. “O projeto surgiu online, organizou-se remotamente e lançou-se em 48 horas”, pode ler-se no site do projeto SOS Vizinho, online desde domingo à noite.

Logo na primeira noite, teve a inscrição de mais de 500 pessoas, oferecendo-se como voluntários para levar aos grupos de risco os bens de primeira necessidade que precisam e que não devem ir buscar, por estarem em isolamento social. Apenas o início, acreditam os responsáveis do projeto.

O crescimento foi expressivo, tal como foi o avolumar de vontades desde que Henrique Paranhos publicou uma espécie de desafio em forma de pergunta no Linkedin e depois no Facebook. Era sexta-feira. No domingo, já havia um site online. Já existe  uma conta no Facebook e no Linkedin e Instagram.


Em 48 horas, a equipa de gestão tinha cerca de 80 pessoas, vindas das mais diversas áreas. “Ultrapassou-me”, confessa Henrique Paranhos em declarações à RTP. “Há pessoas que trabalharam sem dormir” para dar corpo à ideia do SOS Vizinho.

A ideia é ajudar a sinalizar os grupos/doentes de risco de cada região e criar uma rede de apoio aos grupos de risco no caso do novo coronavírus. “No andar, no prédio, no bairro, na freguesia. Vamos ajudar quem precisa” é o mote do SOS Vizinho e quer chegar a idosos ou grupos de risco para infeção Covid-19 como diabéticos, que estão em isolamento social e que assim não podem (ou não devem) ir, por exemplo, ao supermercado. Com este serviço, evita-se que saiam das suas casas e, consequentemente, estejam mais expostas.

Os pedidos poderão chegar através de uma área reservada no site, mas a falta de acesso à internet pode ser um “impecilho”, sobretudo para os mais velhos.

A fasquia, diz Henrique Paranhos é conseguir rapidamente lançar uma linha telefónica de apoio só para receber pedidos de bens essenciais urgentes. E dá uma explicação: só com uma linha telefónica é que pessoas idosas, algumas isoladas, muitas até sem parentes próximos, poderão saber como agir.

“Como é que a D. Maria, de Celorico da Breira, vai saber que existe esta linha? Por rádio, televisão, pelos meios mais tradicionais”, continua Henrique.

A ideia depende agora também dos contactos que estão a efetuar com os operadores de telecomunicações para criar essa linha e um call center de apoio.

O projeto já conta com o apoio do CASES, Cooperativa António Sérgio para a Economia Social. Mas não só. Os responsáveis estão a tentar juntar a si entidades essenciais neste âmbito, como a Santa Casa da Misericórdia, as Juntas de Freguesia ou outros projetos com redes implementadas no terreno. Porque o projeto pode vir a receber pedidos, mas também poderá passar por contactar diretamente os potenciais beneficiários desta ajuda.

Henrique Paranhos revela que a equipa de gestão está em contacto permanente com o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social para que o projeto seja uma realidade.

“Estamos a montar um elefante”, confessa Henrique Paranhos, confiante que o SOS Vizinho vai funcionar. Para isso, os elementos da equipa de gestão trabalham afincadamente, cada um na sua área, cada grupo a arranjar uma solução para um problema que enfrentem.

Por exemplo, soluções para fazer uma “triagem bem séria” dos voluntários para salvaguardar questões de segurança e prevenção de eventuais burlas.

Ou então, soluções tecnológicas através de startup’s para evitar o perigo de contágio aquando da entrega dos bens e do seu pagamento.

Há um grupo, por exemplo, que apenas trabalha em modelos de parceria a firmar com várias entidades. Há quem esteja a definir o que é urgente ou não. E poderíamos continuar a dar exemplos do que ainda falta fazer, mas que ja está a ser tratado.

Apelo a todos os jovens que não tenham sintomas do coronavírus nos últimos 14 dias e que tenham disponibilidade, que se juntem a nós e que percebam a responsabilidade social” deste serviço para a comunidade, reforça Henrique Paranhos.

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