Lusa
O ex-primeiro-ministro António Costa afirmou que as eleições legislativas realizaram-se em circunstâncias "estranhas", tendo como consequência uma falta de tração dos partidos centrais, PSD e PS, e considerou o resultado do Chega como um fenómeno passageiro.
Interrogado sobre o crescimento de forças extremistas em Portugal e na União Europeia, o ex-líder do executivo começou por provocar risos na plateia ao agradecer a sua “aula prática” como ex-primeiro-ministro e referiu-se, depois, à forma como a anterior legislatura foi interrompida na sequência de um processo judicial, a chamada “Operação Influencer”.
“Continua a ser fundamental para a vitalidade da democracia que a polarização seja possível corporizar através dos dois grandes partidos do centro esquerda e do centro direita. Acho que não devemos sobrevalorizar a interpretação das últimas eleições, já que ocorreram em circunstâncias particularmente estranhas”, advertiu.
De acordo com António Costa, o que permitiu um maior crescimento “do partido populista de direita”, o Chega, “foi sobretudo o facto de os cidadãos não terem sentido nem no PS, nem no PSD tração suficiente para a concentração necessária do voto”.
“Uma concentração para que pudessem ter votações acima dos 30%, como sempre tiveram quando ganharam”, apontou.
No entanto, acentuou o ex-primeiro-ministro, “não vale a pena exagerar na interpretação dos resultados” das últimas eleições legislativas e “é preciso dar tempo para que as coisas retomem a normalidade”.
(Com Lusa)