Defesa de José Sócrates responde à PGR: “À sexta, não foi de vez”

por RTP
Hugo Correia - Reuters

A defesa de José Sócrates reagiu por escrito ao prolongamento do prazo de inquérito da Operação Marquês. Os advogados consideram que num “longo e palavroso despacho, cheio de coisa nenhuma”, a procuradora-geral “acumula irrazoáveis razões para explicar a continuada violação da lei”. A defesa mantém que os prazos estão a ser violados e insiste que o “aparato de 2014” foi um “mísero pretexto para um assassinato de caráter”.

João Araújo e Pedro Delille começam a nota enviada à comunicação social com a inscrição “Á sexta, não foi de vez”. Os advogados explicam depois que a “senhora Procuradora-Geral da República despachou, de novo, sobre o prazo do inquérito do chamado Processo Marquês”.

“Para, pela sexta vez, o prorrogar, fixando agora, mais uma vez, prazo nenhuma”, escrevem.

João Araújo e Pedro Delille notam o “longo e palavroso despacho, cheio de coisa nenhuma” da Procuradoria-Geral da República. Acusam Joana Marques Vidal de acumular “irrazoáveis razões para explicar a continuada violação da Lei pelos serviços que dela dependem, o que considera, aliás, plenamente justificado”.

A defesa afirma já não estar interessada nas prorrogações de prazo e nas estimativas apresentadas pelo DCIAP. “Porque o que lhe poderia interessar, mas nunca ocorrerá, seria ler ou ouvir dessas estimáveis entidades o reconhecimento da continuada ilegalidade em que mergulharam e continuam mergulhados”, explica a defesa.

Os advogados de José Sócrates mantêm que “todos os prazos da Lei foram e continuam a ser violados” e que “os fortes, robustos, sólidos e consolidados indícios que fundaram a prisão, por quase um ano, de um cidadão não existem nem alguma vez existiram”.

“Afinal, todo o apartado de 2014 se revela como o que realmente foi – um mísero pretexto para um assassinato de caracter”, concluem Pedro Delille e João Araújo.

A resposta surge depois de a Procuradoria-Geral da República ter anunciado esta quinta-feira que a acusação da Operação Marquês tem de estar concluída no prazo máximo de três meses após ter sido dada resposta às cartas rogatórias.

O comunicado enviado pela PGR indica que julho é o prazo previsto para a conclusão da investigação.
pub