Dezenas de notas, um objetivo central: reforçar o transporte público na região de Lisboa

Mais ligações e horários, incentivos para modos suaves e novas soluções de bilhética. São algumas ideias defendidas por moradores na Área Metropolitana de Lisboa, ouvidos para o novo plano de mobilidade da região.

Gonçalo Costa Martins - Antena 1 /
Fervilham as ideias na sala, onde há três mesas e os participantes rodam entre elas a cada 35 minutos.

"Cada mesa propõe cinco medidas", vindo depois o grupo seguinte que "trabalha por cima das cinco medidas consensualizadas pelo grupo anterior e assim por diante", explica o coordenador da sessão, Roberto Falanga.

A discussão até acaba em cinco ideias, mas começa com mais, como mostram as mesas, carregadas de pequenos papeis coloridos numa cartolina branca.
 

Uma das mesas chega a ter 40 post-its, afirma o moderador da mesa onde se discute mais acessibilidade e mais inovação tecnológica. O plano debatido tem mais três eixos: mais sustentabilidade, mais coesão metropolitana e melhor transporte público.

Num intervalo de 15 minutos, ouvem-se com velocidade os marcadores pretos.

Enquanto os 20 participantes petiscam, os moderadores escrevem em grandes folhas as cinco ideias de cada mesa e pequenos tópicos de cada ideia. Vão ser discutidos numa espécie de assembleia final.



“Foram sendo referidas várias situações em que, para me mover entre alguns dos municípios, é mais fácil ir a Lisboa para depois voltar outra vez quase para trás. Portanto, é muito importante criar estas ligações”, conta uma moderadora.


Os três são unânimes: esta assembleia em Oeiras foi a que teve mais discussão no final, encontro que aconteceu numa sala do Templo da Poesia, no Parque dos Poetas.

Entre perguntas, dúvidas e argumentos, houve ideias alteradas, mas no final, ouve-se uma salva de palmas: daqui saíram 15 ideias.

Para ter melhor transporte público, foram defendidas melhores ligações dentro e entre concelhos; melhores horários; estacionamento junto de interfaces de metro e comboio - e que possa ser pago como suplemento do passe Navegante -; qualificar o interior e exterior de paragens e transportes; e apostar em campanhas de sensibilização.

Noutra mesa, pediu-se mais meios suaves; incentivos para o uso do transporte público; que este seja gratuito, mas primeiro de qualidade; mais ferrovia; e maior coordenação com planeamento e ordenamento.

A fechar o rol de propostas, são sugeridas mais ligações, fiabilidade e frequência de transportes públicos; melhor espaço público, para reduzir a sinistralidade e promover modos ativos; novas modalidades de bilhética dedicadas a modos específicos de transporte; um acesso facilitado, seguro e inclusivo a interfaces; e uma aplicação única, integrada e acessível.



Esta assembleia juntou 20 moradores de Oeiras, Sintra e Cascais, tendo sido a quinta e a última que se realizou este mês.


São dezenas de ideias para o Plano Metropolitano de Mobilidade Urbana Sustentável, que já tem um diagnóstico e uma visão estratégica preparadas.

O documento pretende propor investimentos para o horizonte temporal 2030-2035 neste tema para a Área Metropolitana de Lisboa.

À margem desta sessão, o presidente dos Transportes Metropolitanos de Lisboa falou sobre falhas pontuais atuais que têm sido registadas nos comboios da AML, bem como a ajuda que a Carris Metropolitana pode dar – uma entrevista à Antena 1 que pode ouvir completa aqui – mas sublinhou também a importância destas assembleias.

Faustino Gomes diz que já tinham pensado em “boa parte” do que foi proposto nas sessões, “mas não sabíamos exatamente qual era a prioridade” das pessoas.

Recolhidas as ideias, o gestor sublinha que tudo será avaliado: “estamos a acompanhar o nosso plano com uma avaliação ambiental estratégica, em que as principais medidas e opções que pudermos vir a ter vão ser comparadas”.


Fotografias: Gonçalo Costa Martins - Antena 1
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