DGS deve pronunciar-se hoje sobre vacinação covid de crianças entre os cinco e os 11 anos

por RTP

A Direção-Geral da Saúde (DGS) recebeu na quinta-feira a posição do grupo de peritos em pediatria e saúde infantil por causa da vacinação contra a covid-19 em crianças dos cinco aos 11 anos e esta terça-feira deverá anunciar a posição oficial quanto à vacinação deste grupo etário. Apesar disso, está já anunciada a chegadas das primeiras vacinas na próxima semana.

As primeiras 300 mil vacinas chegam a Portugal entre 14 e 20 de dezembro. A vacina para as crianças entre os cinco e os 11 anos será a da Pfizer.

A Direção-Geral da Saúde adiantou que está a basear a sua avaliação no parecer do grupo de peritos em pediatria e saúde infantil, bem como a informação técnica que Centro Europeu de Doenças (ECDC) emitiu no passado dia 1 de dezembro, em que apoia a vacinação de crianças entre os 5 e os 11 anos, conforme aprovado pelo regulador da União Europeia (UE), sugerindo que as que correm risco integrem grupos prioritários.
Em Portugal, há cerca de 640 mil crianças elegíveis para a vacinação.
As várias congéneres de saúde a nível europeu têm também reunido para avaliar as recomendações.

No mês passado, a Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) considerou que as vacinas contra a covid-19 são seguras no grupo etário dos cinco aos 11 anos, mas defendendo que a decisão de vacinar ou não nestas idades tenha em conta outros dados, como a prevalência da infeção nas crianças.

"A vacinação contra SARS-CoV-2 foi avaliada num ensaio clínico em crianças dos cinco aos 11 anos de idade, no qual foram vacinadas 1.517 crianças. Os resultados mostraram que é segura e eficaz contra a covid-19, tal como noutros grupos etários", considerou a SPP.

A SPP lembrava que, nas crianças, a covid-19 é habitualmente uma doença assintomática ou ligeira com raros casos graves
que obrigam a internamento ou admissão em unidades de cuidados intensivos. Lembram, no entanto que as crianças têm sido “fortemente prejudicadas” na pandemia devido aos confinamentos sucessivos, que afetam seriamente a sua aprendizagem e saúde mental e aumentam o risco de pobreza e de maus-tratos”.

A vacinação nesta faixa etária continua a dividir as opiniões médicas e científicas, com alguns profissionais, entre os quais o presidente do Colégio da Especialidade de Pediatria da Ordem dos Médicos, que considera que o argumento da imunidade de grupo não é procedente, dizendo mesmo que esse conceito parece afastado com este vírus. Além disso, a doença não costuma ser grave nesta faixa etária.

O epidemiologista António Silva Graça lembrou ontem no programa 360, da RTP, que “não há riscos imediatos com significado que limite a sua utilização”.

Refere, aliás, que os riscos de efeitos secundários cardíacos não têm gravidade e são mesmo “mais fortes” na faixa etária de crianças que já foi vacinada.

Vacinas chegam a Portugal para a semana
As primeiras 300 mil vacinas anticovid-19 para crianças dos cinco aos 11 anos, do consórcio farmacêutico BioNTech/Pfizer, chegam a Portugal em 13 de dezembro, anunciou o secretário de Estado Adjunto e da Saúde.

Durante o mês de janeiro, chegarão mais 400 mil vacinas.

A vacinação é por unidose, de dez microgramas, cerca de um terço da dose de um adulto.

"Estamos neste momento à espera da decisão da Comissão Técnica de Vacinação, que esperamos seja uma decisão favorável, para vacinação das crianças até aos 11 anos, havendo ainda depois dessa decisão o parecer (da Direção-Geral da Saúde)”, referiu.


“A nós (governo) o que nos compete, enquanto Governo, é ter todo o planeamento e toda a logística (...) para estarmos preparados para vacinar e é isso que estamos a fazer", não adiantando, no entanto, datas para o início do processo de vacinação.

O ministro da Educação assegurou também que tudo estará preparado se e quando a Direção-Geral da Saúde recomendar a vacinação das crianças a partir dos cinco anos e afirmou esperar que o processo decorra de forma rápida e extensa.

"O que desejamos é que a vacinação ocorra rapidamente e em grande extensão. É isso que eu espero que aconteça e é isso que eu tenho sentido das direções das escolas, dos professores e de quem representa os pais e os encarregados de educação", disse Tiago Brandão Rodrigues.

"São mais de 600 mil crianças, dos cinco aos 11 anos, e se a decisão for avançar, (tudo está preparado para) fazê-lo o mais rapidamente possível", assegurou.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou em 25 de novembro a administração da vacina contra a covid-19 da BioNTech/Pfizer a crianças dos 5 aos 11 anos
, sendo a primeira na União Europeia (UE) para esta faixa etária.

Para o governante, a vacinação desta faixa etária seria importante para reforçar a segurança nas escolas.
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