DGS quer pareceres sobre alimentos antes de limitar publicidade

por Antena 1

Foto: Paul Hanna

A Direção-geral de Saúde (DGS) adia publicação do despacho com as novas regras para limitar a publicidade de produtos alimentares com elevado teor de açúcar e sal, por falta de pareceres de entidades parceiras sobre os alimentos.

A DGS está a recolher pareceres sobre os alimentos que devem ter publicidade limitada devido ao elevado valor energético, teor de sal, açúcar ou ácidos gordos, e vai emitir "em breve" o respetivo despacho.

"Estamos a recolher pareceres e muito em breve será emitido o despacho", afirmou à Lusa a diretora-geral de Saúde (DGS), Graça Freitas.

A lei que visa a limitação da publicidade a alimentos e bebidas considerados nocivos para a saúde, foi aprovada em abril, e devia entrar em vigor este domingo, como explica Graça Freitas.

Mas a diretora-geral da Saúde diz que é ainda preciso "ouvir alguns parceiros" e que é muito importante relalizar uma "audiência de parceiros".

"Por isso não vamos cumprir escrupulosamente o prazo, porque preferimos, de facto, incorporar opiniões de parceiros muito importes", explicou.

A diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da DGS, Maria João Gregório, em declarações ao jornal Público, admitiu que, sem o despacho que ainda está a ser preparado.

“Não será ainda possível aplicar o que está disposto na lei porque não estão identificados os produtos” abrangidos, afirmou.

É a DGS que tem a responsabilidade de fixar, por despacho, e tendo em consideração as recomendações da Organização Mundial da Saúde e da União Europeia, os valores que devem ser tidos em conta na identificação de elevado valor energético, teor de sal, açúcar, ácidos gordos saturados e ácidos gordos transformados.

Sem estes valores fixos, fica sem efeitos práticos o diploma que entra este domingo em vigor, definindo limitações de publicidade junto a escolas, parques infantis, cinemas e programas de televisão e rádio dirigidos a crianças com menos de 16 anos.
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