País
DIAP de Lisboa investiga caso de dermatologista que recebeu 400 mil euros em dez dias
A Procuradoria-Geral da República confirmou esta terça-feira a abertura de um inquérito ao caso do dermatologista do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que terá recebido 400 mil euros em dez dias por diferentes tratamentos.
Em resposta à RTP, a Procuradoria-Geral da República confirmou "a existência de inquérito, o qual se encontra em investigação no DIAP de Lisboa".
Por esta razão, todos os hospitais do país vão ser auditados. Em causa está a forma como é gerido o programa de recuperação de cirurgias com incentivos financeiros.
O caso foi divulgado pela CNN, na sexta-feira, que revelou que um dermatologista do Hospital de Santa Maria terá recebido 400 mil euros em dez sábados de trabalho adicional em 2024, tendo um dos dias sido utilizado para retirar lesões benignas aos pais.
Em causa está o Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que permite fazer cirurgias fora do horário laboral, de modo a mitigar as longas filas de espera nos hospitais.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito à atividade cirúrgica adicional realizada no SNS, assim como uma auditoria a todos os hospitais para perceber se este é caso único ou se há mais casos.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, considera que a investigação generalizada por parte do IGAS configura uma situação "grave" e diz que este caso "em nada abona na confiança dos portugueses".
"Até as averiguações serem feitas, reside sobre a instituição, neste caso o maior hospital do país, (...) uma suspeita que em nada abona na confiança dos portugueses, sobretudo daqueles que aguardam numa lista de espera por ter uma cirurgia ou por ter uma consulta", disse Ana Paula Martins.
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