Embarcação naufragada na Figueira da Foz encontrada a 80 metros de profundidade

por RTP
Rafael Marchante - Reuters (Arquivo)

A embarcação que naufragou na passada quarta-feira ao largo da Figueira da Foz foi encontrada este domingo. A Marinha revela que o arrastão foi encontrado a 80 metros de profundidade. As autoridades esclarecem ainda que não há indícios de que tenha sido abalroado e que não foi encontrado o pescador que permanece desaparecido.

"Encontrámos a embarcação. Está a oitenta metros de profundidade, adornada e com as redes enleadas na popa. Não há indícios que tenha sido abalroada, está intacta, não está partida", disse à agência Lusa Pedro Coelho Dias, porta-voz da Marinha.

De acordo com a mesma fonte, o pescador ainda desaparecido não estará dentro da embarcação com cerca de nove metros de comprimento e a família já foi informada desse facto.

A embarcação de pesca "Veneza" naufragou na madrugada de quarta-feira a cerca de 20 quilómetros da costa da Figueira da Foz. Aquando do naufrágio estavam a bordo quatro pessoas, sendo que as autoridades já recuperaram três corpos.
A sul do local do alerta

O porta-voz e relações públicas da Marinha e da Autoridade Marítima Nacional explicou que a embarcação de pesca "Veneza" foi encontrada a duas milhas (cerca de 3,7 km) a sul do local do alerta de naufrágio, dado automaticamente por radio-baliza de emergência, uma boia que se solta do navio naufragado e fica à deriva.

Os operacionais a bordo do navio hidrográfico Almirante Gago Coutinho utilizaram um sonar de varrimento lateral para encontrar a embarcação e, posteriormente, um veículo subaquático controlado remotamente (denominado ROV) para a vistoriar, através de vídeo e fotografia.

"Não se percebe que o mestre esteja dentro da cabine e a família já foi informada disso", indicou Pedro Coelho Dias, adiantando que o ROV "está a recolher imagens de todo o navio" em condições difíceis devido ao facto de a água estar "muito turva e à falta de visibilidade".
Operação de mergulho na segunda-feira

A operação do veículo subaquático destina-se a "despistar" a eventual presença do pescador desaparecido noutro local da embarcação ou enredado nas redes e também para que os mergulhadores a bordo do Almirante Gago Coutinho possam obter o máximo de informação, aquando das operações de mergulho de profundidade agendadas para a manhã de segunda-feira.

O porta-voz da Marinha explicou que a opção pela manhã de segunda-feira para efetuar as operações de mergulho deve-se ao "risco muito grande" que os mergulhadores enfrentam, já que só o podem fazer até aos 81 metros de profundidade e a "Veneza" está a uma profundidade entre os 80 e os 82 metros, dependendo da maré.

"Com a baixa-mar ganham dois metros e amanhã têm uma janela de oportunidade de entre as 09h00 e as 10h00", frisou.

De acordo com Pedro Coelho Dias, àquela profundidade - o equivalente à altura de um edifício de 27 andares - os mergulhadores apenas podem operar durante um máximo de seis minutos e no regresso ao navio têm de ficar uma hora e meia na câmara de descompressão.

c/ Lusa
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