Enfermeiros em greve até sexta-feira

por RTP
Karen Pulfer Focht - Reuters

Começou esta quinta-feira a greve nacional de enfermeiros que conta, na parte da manhã, com uma grande adesão por parte dos enfermeiros. A paralisação prossegue amanhã, sexta feira.

Os enfermeiros deram esta quinta-feira início a uma paralisação de dois dias. Procuram obter uma contraproposta do Governo sobre as carreiras e medidas para o descongelamento das progressões.

No pré-aviso da greve, são enunciados os vários objetivos do protesto. Os enfermeiros de todo o país juntam-se para protestar a revisão da carreira de enfermagem, a contagem dos pontos para efeito do descongelamento das progressões, o pagamento do Suplemento Remuneratório aos Enfermeiros Especialistas e a admissão de mais enfermeiros.

Em declarações à Antena 1, Guadalupe Simões, dirigente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), critica a proposta do Governo e diz que não restou aos enfermeiros “alternativa se não manter esta greve”.

“O Governo assumiu o compromisso de valorizar a carreira de enfermagem, de valorizar as funções de enfermeiro especialista e de enfermeiros na área da gestão e, vergonhosamente, a proposta que apresentou é ao arrepio destes compromissos assumidos”, reiterou Guadalupe Simões.

Para José Carlos Martins, presidente do SEP, a proposta apresentada pelo Ministério da Saúde relacionada com a carreira é “vergonhosa”.

Em entrevista ao Bom Dia Portugal, o presidente do SEP alertou que “os colegas com mais anos de serviço não progridem, portanto enfermeiros com um dia de serviço e com vinte e tal anos de serviço ficam a ganhar precisamente o mesmo salário”.

A declaração de greve surgiu por parte das direções de todos os sindicatos de enfermeiros: Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira (SERAM), Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) e Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE).

José Carlos Martins reforçou durante o protesto que a proposta apresentada pelo Governo “não dignifica” nem valoriza os enfermeiros.

A próxima reunião negocial está marcada para dia 4 de outubro. José Carlos Martins diz que, face à grande adesão, “espera-se que, para a próxima reunião negocial, que apresentem de facto uma nova proposta de carreira”.

A greve conta no primeiro dia, na parte da manhã, com uma grande adesão por parte dos enfermeiros. José Carlos Martins confirma uma adesão “entre os 75 por cento e os 80 por cento”.

“Isto demonstra bem a indignação dos enfermeiros para com o desrespeito com que o Governo, desde logo o Ministério da Saúde e das Finanças, e fundamentalmente finanças, está a tratar esta classe profissional”, afirmou o presidente do SEP.

A greve nacional de enfermagem acontece entre 20 e 21 de setembro.
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