Enfermeiros. Greve alargou-se e "é para manter", avança sindicato

por Joana Raposo Santos - RTP
“Estaremos próximo dos 100 por cento em alguns serviços e, noutros, a 90 por cento”, avançou o sindicato Paulo Novais - Lusa

A presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) avançou que a greve dos enfermeiros nos blocos operatórios está a decorrer da mesma forma que nos dias anteriores, apesar do apelo da ministra da Saúde para que os serviços voltassem à normalidade esta segunda-feira. De acordo com Lúcia Leite, os profissionais dos restantes serviços hospitalares também se estão a juntar à paralisação e a “greve é para manter”.

“Nós fizemos um apelo a que os outros serviços também manifestassem a sua presença nessa greve e, portanto, a informação que tenho é que, de momento, maioritariamente os serviços estão em greve”, declarou a presidente da ASPE.

“Estaremos próximo dos 100 por cento em alguns serviços e, noutros, a 90 por cento”, indicou.

“Enquanto não soubermos quais são as condições em que o parecer [da Procuradoria-Geral da República] é emitido, a greve é para manter até ao final do mês”, garantiu Lúcia Leite.

“Neste momento o que nos preocupa é que este parecer seja fundamentação para abrir processos disciplinares aos enfermeiros”, confessou. “Nós vamos avaliar essa situação e, se verificarmos um risco elevado, não colocaremos os enfermeiros numa situação em que possam ser penalizados, pelo menos no imediato”.
Novas formas de luta
“Para nós a greve é legal mas (…) a morosidade do tribunal beneficia sempre o infrator”, afirmou, acrescentando que os sindicatos continuam abertos ao diálogo e à negociação.

“Sempre dissemos ao Ministério da Saúde e ao Governo que a greve seria suspensa de imediato logo que nos comunicassem abertura das negociações. Até agora, a posição do Governo tem sido penalizar os enfermeiros” e pressioná-los.

Quanto a novas formas de luta por parte destes profissionais, a representante sindical disse já ter apelado aos enfermeiros para que recusem horários superiores aos das 35 horas estabelecidas nos contratos.

“O que tem acontecido nos últimos anos é que os enfermeiros têm vindo a fazer horas a mais devido a recursos humanos em falta e não têm essa obrigação”, frisou.
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