FNAM acusa Ministério da Saúde de impor mobilização forçada de médicos para urgências regionais

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) acusou esta terça-feira o Ministério da Saúde de tentar impor uma mobilização "coerciva e ilegal" de médicos para as urgências regionais, ao contrário do que afirmou na Assembleia da República. A denúncia surge após o envio de um documento pela ministra da Saúde, na noite de domingo, que, segundo a FNAM, confirma a intenção de deslocar profissionais fora do seu concelho de trabalho. O Sindicato mantém a greve convocada para 24 de outubro.

Rachel Mestre Mesquita - RTP /
Lusa

"Os médicos abrangidos pelos acordos coletivos da FNAM não podem ser forçados, estando protegidos da mobilização para outro concelho fora do seu local de trabalho", defende a FNAM, num comunicado enviado às redações. 
A FNAM considera que esta medida "viola os acordos coletivo" e representa uma "decisão política que ameaça o Serviço Nacional de Saúde (SNS)". A Federação alerta que a mobilização forçada poderá levar à saída de mais médicos do SNS e ao  encerramento de serviços essenciais, incluindo áreas como obstetrícia e ginecologia.

O Sindicato afirma ainda que a medida do Ministério da Saúde para criar Centros de Elevado Desempenho em Obstetrícia e Ginecologia se baseia "exclusivamente em índices de produtividade", sem medidas de valorização salarial, progressão na carreira ou melhoria das condições de trabalho.

A FNAM acusa o Governo de "falta de boa fé negocial" e critica a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, por optar pela "imposição em vez do diálogo", pelo que mantém o pré-aviso de greve nacional convocada para todos os médicos do país para o dia 24 de outubro. 
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