Governo pede ao executivo catalão para agilizar processo de transladação

por RTP
Alberto Estevez - EPA

O Governo português pediu hoje ajuda às autoridades catalãs para agilizar o processo de transladação dos corpos das duas vítimas mortais portuguesas do atentado de quinta-feira, disse o secretário de Estado das Comunidades.

José Luís Carneiro falava hoje aos jornalistas na sede do governo da Catalunha, em Barcelona, após uma reunião com o conselheiro das relações exteriores do executivo catalão durante o qual fez o pedido de ajuda.

O governante português confirmou também que "até agora nas vítimas que estão feridas nos hospitais (...) não há registo de qualquer português.

José Luís Carneiro contou ter estado hoje de manhã com a família das duas mulheres que morreram no atentado, uma avó de 74 anos e a sua neta de 20, a quem transmitiu "as mais profundas condolências" por parte do Governo português e a sua "total disponibilidade" para apoiar na transladação.

"Os pais estão destroçados. Por várias circunstâncias. Primeiro porque foram colhidos pela surpresa da morte da mãe deste português e ficaram estas horas sem saber do paradeiro da sua filha, isso em si mesmo é muito trágico", disse o secretário de Estado.

Ao mesmo tempo, acrescentou, os pais ainda não puderam ver o corpo da filha.

"É por isso que pedimos hoje toda a celeridade processual por forma a que os pais possam encontrar-se com esta vitima, que é a sua filha", afirmou.

"Com o passar dos dias a dor é cada vez mais profunda porque até agora havia sempre a esperança de que pudesse não se encontrar entre as vítimas mortais. Encontra-se", disse o governante, acrescentando que o Governo disponibilizou apoio psicológico à família.

Na reunião de hoje com o conselheiro catalão, José Luís Carneiro fez dois pedidos: "Um para que também disponibilizem apoio para a transladação dos corpos e tivemos a garantia de que esse apoio será concedido, assim como também auxiliarão nas despesas de viagem da família que para aqui se deslocou".

O outro pedido foi no sentido da "mobilização de todos os esforços relativos às autópsias porque são esforços que podem demorar alguns dias".

"Pedimos que fossem desenvolvidos todos os esforços para que, tão breve quanto possível, fossem libertados os corpos para serem entregues às famílias para que o luto possa ser feito", explicou.

Questionado sobre uma previsão para a data da transladação, o secretário de Estado disse ser impossível saber, porque depende da autorização o magistrado responsável pela área.
Confirmada segunda vítima

O primeiro-ministro, António Costa, confirmou hoje que a rapariga de 20 anos que estava desaparecida após o atentado terrorista de quinta-feira em Barcelona, Espanha, é a segunda vítima mortal portuguesa.

"Queria mais uma vez apresentar condolências à família e sinalizar que isto demonstra bem como a ameaaça é de facto uma ameaça global, nao só porque pode surgir em todo o sitio como também pode atingir qualquer um. Mesmo não sendo na nossa terra, é também no sítio onde estamos em férias, em turismo, em trabalho", afirmou António Costa.

O chefe do executivo sublinhou que a ameaça terrorista tem de ser levada "muito a serio": "Hoje foi em Barcelona, amanhã pode ser noutro sítio, esperamos que nunca seja em Portugal, mas é um risco que todos temos, obviamente, de assumir que existe".

O primeiro-ministro obteve confirmação do falecimento da segunda vitima portuguesa nos ataques de Barcelona, através do secretárioo de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, que se encontra na capital catalã. A jovem agora identificada era neta da primeira vítima mortal portuguesa, uma mulher de 74 anos, residente em Lisboa.

Marcelo recebe confirmação com "profundo pesar"
O Presidente da República disse hoje ter sido com "profundo pesar" que soube da confirmação da segunda vítima mortal portuguesa no "ignóbil" atentado de Barcelona, Espanha, que ocorreu na quinta-feira, renovando as condolências "à família tão duramente atingida".

"Foi com profundo pesar que tomei conhecimento da confirmação da segunda vítima mortal portuguesa no ignóbil atentado de Barcelona. Renovo as minhas sentidas condolências à família tão duramente atingida, em meu nome próprio e da Nação portuguesa", lê-se numa mensagem do chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, divulgada na página da Internet da Presidência da República.

C/Lusa

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