Greve parcial dos mestres da Soflusa suprime ligações Lisboa-Barreiro

por RTP
Lusa

A greve dos mestres da Soflusa registou no período da manhã uma adesão de 100 por cento à paralisação parcial de três horas por turno, garante a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações. Durante os períodos de interrupção do serviço, os terminais fluviais estão encerrados por motivos de segurança.

Segundo Carlos Costa, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), todos os mestres da Soflusa aderiram hoje de manhã à paralisação parcial de três horas por turno, ou seja, 21 trabalhadores.

Entre as 05h05 e as 09h30 de hoje foram suprimidas todas as ligações entre o Barreiro e Lisboa. A partir das 9h30 começaram a ser restomadas as ligações do Barreiro para Lisboa.

Os mestres da Soflusa estão em luta pela contratação de mais profissionais. Os mestres dos navios dizem que estão exaustos e exigem a contratação imediata de mais profissionais.
Durante a tarde está previsto mais um período de greve, que vai colocar em causa o retorno das pessoas de Lisboa para o Barreiro. José Encarnação, da Comissão de Utentes, o cenário durante a tarde não será melhor, prevendo-se novamente a supressão das ligações. A Comissão recorda que os problemas diários nas ligações não vão desaparecer em breve, até porque só estão previstas quatro embarcações daqui a 3 ou 4 anos.

Atualmente há quatro marinheiros em formação para que possam assumir a função de mestre. Há 18 mestres a trabalhar e estima-se que sejam necessários pelo menos 24 para garantir a normalidade do serviço para os barcos disponíveis.

Na quarta-feira, depois de uma reunião entre os sindicatos e o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, a Fectrans anunciou que as negociações na empresa vão ser reabertas, contudo, não foi o suficiente para pôr termo à greve.

"As negociações não foram reabertas para a questão específica. Houve uma reabertura, uma espécie de pré-conclusão sobre o que já se tinha acordado sobre o regulamento de carreiras, mas sobre a questão específica dos mestres, não. Não foi falada qualquer coisa", revelou Carlos Costa.

No âmbito da reunião entre o secretário de Estado e os sindicatos dos trabalhadores, foram abordadas as matérias laborais transversais à empresa e as matérias que são objeto do pré-aviso de greve dos mestres da Soflusa, o que resultou num acordo em relação a três matérias, designadamente regulamento de carreiras, negociações salariais e contratação de pessoal.

Relativamente à contratação de pessoal, o governante deixou a promessa de "reforçar os recursos humanos na Soflusa, portanto na área marítima, de forma a contratar até seis novos recursos", a que acrescem os quatro contratados recentemente e que deram origem à abertura de um concurso interno para quatro mestres para os navios que asseguram o transporte fluvial entre Barreiro e Lisboa.

Apesar desta promessa, o sindicalista referiu que "a valorização da categoria de mestre não foi falada".

Os mestres da empresa começam também hoje uma greve às horas extraordinárias, que se deve prolongar até final do ano.

Na sua página na internet, a Soflusa informou que, nestes dois dias, o transporte a partir do Barreiro apenas será assegurado entre as 00h05 e a 01h30, às 05h05, entre as 09h30 e as 17h45 e das 22h00 às 23h30.

A Soflusa é a empresa responsável pelas ligações fluviais entre Barreiro e Lisboa.

Contactada pela Lusa, a empresa remeteu declarações para mais tarde.

c/ Lusa
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