Hospital de Almada. Chefes de equipa das urgências apresentam demissão

por RTP
Foto: António Antunes - RTP

Os chefes de equipa do Hospital de Almada apresentaram a demissão. Estão em protesto contra a escala de dezembro, que dizem estar abaixo dos mínimos.

Numa carta dirigida à Administração e à diretora do Serviço, os chefes de equipa dizem que está em causa o bom funcionamento das urgências.

Os médicos acrescentam ainda que das equipas fazem parte, muitas vezes, profissionais sem autonomia para exercer.

Na carta dirigida ao diretor clínico do Hospital Garcia de Orta, em Almada, à presidente do Conselho de Administração e à diretora do Serviço de Urgência, os chefes de equipa explicam que na escala prevista constam vários dias com um número de elementos abaixo dos mínimos (um ou dois elementos apenas) para garantir o bom funcionamento do serviço.

"Não podemos como chefes de equipa, assistentes hospitalares de medicina interna e médicos deste hospital aceitar chefiar uma equipa de urgência nas presentes condições de trabalho e paupérrimas condições de prestação de cuidados no SUG como se encontram atualmente", salientam na missiva tornada pública pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).

Os chefes de equipa adiantam que a escala de dezembro, à semelhança das escalas apresentadas nos últimos meses, normaliza uma equipa constituída por quatro elementos (ou menos) número que consideram insuficiente para garantir todos os postos necessários para o bom funcionamento do SUG e prestação de cuidados em segurança para os doentes e profissionais.

No Hospital Garcia de Orta tem havido problemas nas urgências.
Na madrugada de ontem, vários doentes tiveram que esperar oito horas para serem atendidos.

Os doentes relatam que há macas acumuladas nos corredores, dezenas de doentes à espera e profissionais de saúde exaustos.
O ministro da Saúde diz que situações pontuais não devem ser confundidas com a situação a nível nacional.

O Sindicato Independente dos Médicos diz que, enquanto a grelha salarial não for atualizada, os problemas no setor vão continuar.

A Federação Nacional dos Médicos diz que se não houver uma atualização salarial não será possível fixar médicos nos hospitais públicos.
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