País
Hospital de Santa Maria. Diretor clínico foi demitido após auditorias às cirurgias adicionais
O diretor clínico do Hospital de Santa Maria foi demitido. A exoneração de Rui Tato Marinho foi pedida na semana passada pelo presidente do Conselho de Administração, Carlos Martins, após ter recebido o resultado das auditorias às cirurgias adicionais. A demissão foi aceite esta quarta-feira pela ministra da Saúde. Tato Marinho vai ser substituído por Ana Isabel Lopes, que era diretora do serviço de pediatria.
Em causa está a auditoria ao caso das cirurgias adicionais que terá resultado em centenas de milhares de euros pagos a diversos profissionais do serviço de dermatologia do maior hospital do país.
A ministra da Saúde já aceitou a demissão e deu luz verde à nomeação da nova diretora clínica, Ana Isabel Lopes - até hoje, diretora do serviço de pediatria. Ana Isabel Lopes esteve envolvida no caso das gémeas luso-brasileiras. Para já vai exercer funções em regime de substituição.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) exigiu uma auditoria aos hospitais depois de ter sido conhecido o caso de um médico que ganhou mais de 700 mil euros em dez dias.
Em causa está o alegado aproveitamento do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que terá permitido a este médico receber centenas de milhares de euros por operar doentes aos sábados. O inspetor-geral da saúde anunciou esta terça-feira que o hospital de Santa Maria gastou 40 milhões de euros em cirurgias adicionais desde 2022.
Em causa está o alegado aproveitamento do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que terá permitido a este médico receber centenas de milhares de euros por operar doentes aos sábados. O inspetor-geral da saúde anunciou esta terça-feira que o hospital de Santa Maria gastou 40 milhões de euros em cirurgias adicionais desde 2022.
As auditorias preliminares que chegaram às mãos do conselho de administração, na passada sexta-feira, confirmaram estas irregularidades e estão na origem da demissão de Rui Tato Marinho.
As auditorias confirmaram, desde logo, a classificação de vários procedimentos como cirurgias de ambulatório, que permitiu o pagamento de valores muito significativos a vários médicos.
Ouvido esta quarta-feira no Parlamento, o ex-diretor do serviço de Dermatologia do Hospital de Santa Maria, Paulo Filipe, garantiu que desconhecia quanto ganhavam os médicos pelas cirurgias adicionais.
Paulo Filipe diz que recorreu às cirurgias adicionais para combater a longa lista de espera num serviço que só tem dez dermatologistas e garante que as cirurgias adicionais nunca podiam ser realizadas em dias úteis, para não prejudicar as cirurgias regulares.
Paulo Filipe diz que recorreu às cirurgias adicionais para combater a longa lista de espera num serviço que só tem dez dermatologistas e garante que as cirurgias adicionais nunca podiam ser realizadas em dias úteis, para não prejudicar as cirurgias regulares.