Jovens de Lisboa encheram dois carros de produtos e ofereceram-se como voluntários

por Lusa

Quatro jovens de Lisboa e do Seixal, assim que tiveram conhecimento da situação em Pedrógão Grande por causa do incêndio, deitaram mãos à obra, angariaram produtos, encheram dois carros de material e fizeram-se à estrada.

Os quatro amigos, Tiago Perez, do Seixal, e Vitor Neves, Juvenal Moleiro e Ana Mafalda Serafim, os três últimos de Lisboa, começaram a trabalhar nas suas zonas de residência, onde angariaram produtos de higiene, roupa, águas sementes, entre outros.

"Enchemos dois carros de produtos que trouxemos para Pedrógão Grande, onde chegámos na sexta-feira e começámos a trabalhar no voluntariado no dia seguinte, sábado", explicou hoje Vitor Neves, a propósito do incêndio que começou no sábado em Pedrógão Grande e que provocou 64 mortos e mais de 200 feridos.

O jovem de 29 anos adiantou que neste momento estão a trabalhar num armazém no centro da vila, onde fazem a arrumação e a recetação dos produtos que chegam diariamente à vila oriundos de todos os pontos do país.

"Andamos também no terreno [aldeias e lugares] para ver quais as zonas que precisam de ajuda mais urgente", diz Tiago Perez.

Hoje, por exemplo, os jovens andaram grande parte do tempo no terreno a fazer o levantamento das necessidades. Adiantam que numa das aldeias que visitaram, logo nas primeiras quatro casas onde se deslocaram, distribuíram todas as sementes de hortícolas que traziam.

"As pessoas precisam muito. Estamos também a fazer a ligação entre a câmara e a Santa casa da Misericórdia de Pedrógão Grande, para facilitar a comunicação entre as entidades", sublinhou Juvenal Moleiro.

Para já, os quatro jovens que vão manter-se em Pedrógão Grande até terça-feira.

Deixaram também um apelo para que as entidades competentes verifiquem os cabos elétricos que se encontram tombados um pouco por todo o concelho.

"Encontrámos muitos fios na zona e é necessário levantar os postes sob pena de acontecerem acidentes".

Disseram ainda, antes de partir uma vez mais para o terreno, que ainda existem lugares onde há pessoas que apresentam ferimentos e que ainda não tiveram qualquer ajuda médica.

Quanto aquilo que os motivou, a justificação foi simples e unânime: Solidariedade.

 

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