KC-390 substitui C-130. Costa assina contratos para a Força Aérea

por RTP
O negócio envolve 827 milhões de euros Paulo Whitaker - Reuters

O primeiro-ministro assina esta quinta-feira, em Évora, os contratos com vista à aquisição de cinco KC-390, aviões de produção brasileira que vão render a frota de Hércules C-130 da Força Aérea. O negócio, que abarca a compra de um simulador de voo e 12 anos de manutenção dos aparelhos, envolve 827 milhões de euros.

O anúncio da compra das aeronaves que vão substituir os C-130 ao serviço da Força Aérea Portuguesa saiu da reunião de 11 de julho do Conselho de Ministros, pela voz do ministro da Defesa. João Gomes Cravinho sublinhou então os “40 anos de idade” da frota de Hércules.Os KC-390 são essencialmente produzidos no Brasil. Alguns componentes saem do Parque da Indústria Aeronáutica de Évora.

Os C-130, afirmava então o ministro, “têm poucos anos de vida útil pela frente”, podendo permanecer no ativo por mais “seis a sete anos”. Isto porque “estão a passar por uma pequena modernização necessária para terem autorização para continuar a voar”.

Os aviões de carga e transporte da brasileira Embraer terão “duplo uso”, ainda segundo o Governo. Além da utilização militar, serão empregues no combate aos incêndios.

Quanto à escolha para a substituição, a tutela diz tratar-se de um aparelho de “características inovadoras, porque é de alcance intercontinental”: é “um avião com dois motores, mas com capacidades que normalmente apenas os aviões de quatro motores conseguem atingir”.

Nos termos dos contratos, a Força Aérea vai receber o primeiro dos KC-390 em fevereiro de 2023. Os restantes serão entregues à razão de um por ano até fevereiro de 2027.



O Ministério da Defesa assinala o “extenso trabalho de discussão técnica levado a cabo entre a Força Aérea e a Embraer no que respeita à configuração NATO e aos sistemas de Autoproteção”.

Uma vez assinados os contratos, será criada uma missão de acompanhamento do programa e do cumprimento dos contratos de compra dos KC-390. A despesa está calculada em 827 milhões de euros até 2030. A primeira parcela, de 32,2 milhões de euros, deverá ser paga ainda este ano.

Foi a 10 de setembro de 2010 que os governos de Portugal e Brasil firmaram o compromisso – por via de uma declaração de intenções – de “alargar e aprofundar a cooperação entre os dois países no setor aeronáutico”.

Estabelecia-se essa cooperação, à data, “como uma das prioridades conjuntas para dar início às negociações bilaterais tendo em vista a definição dos termos e condições da participação de Portugal no Programa de Desenvolvimento e Produção das Aeronaves KC-390”.

c/ Lusa

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