Mação e Vila de Rei são os incêndios mais preocupantes

por RTP
Paulo Cunha - Lusa

Ao início da tarde, a situação no terreno é mais calma depois de terem sido dominadas as chamas em Louriçal do Campo e Ribeira de Pena. Os incêndios de Mação e Vila de Rei perderam força, mas continuam ativos e estão a ser combatidos por quase 800 bombeiros, apoiados por mais de 200 veículos terrestres e 13 meios aéreos.

De acordo com o primeiro briefing desta quarta-feira, realizado às 12h00 na sede da Proteção Civil, o comandante Rui Esteves destaca que as duas ocorrências mais preocupantes nesta altura são novas e não resultam de reativações ou projeções de incêndios anteriores.

Em Mação, as chamas perderam alguma força e as três aldeias ameaçadas durante a noite estão livres de perigo, mas continuam ativas duas frentes. Este incêndio deflagrou durante a madrugada e era combatido por 332 bombeiros, 90 meios terrestres e nove meios aéreos, segundo o site da Proteção Civil às 12h30.

Devido a este incêndio, a Estrada Nacional 239 foi cortada entre o Vale dos Prazeres e o cruzamento com a EN18, informou a Proteção Civil.

No caso de Vila de Rei, o incêndio era combatido à mesma hora por 379 bombeiros, 125 meios terrestres e quatro meios aéreos. As chamas deflagraram ontem ao incío da noite, pouco antes das 21h00.

"Estas são as situações mais preocupantes a nível nacional, tendo em conta que os restantes incêndios que estavam ativos ao longo da noite, de momento estão dominados", esclareceu Rui Esteves, porta-voz da Proteção Civil.

As chamas foram dominadas em Louriçal do Campo, no distrito de Castelo Branco, mas continuam no terreno 461 bombeiros, 125 meios terrestres e quatro meios aéreos, de forma a impedir reacendimentos.

Também em Ribeira de Pena, o incêndio já se encontra em fase de resolução, mas permanecem mobilizados 257 operacionais, 73 meios terrestres e três meios aéreos.
141 mil hectares ardidos
Entre 8 e 14 de agosto, a Proteção Civil registou um total de 1.431 incêndios florestais, que mobilizaram 44.986 meios humanos, 12.148 veículos e 831 meios terrestres.

Nesta semana, os distritos com maior número de ignições foram o Porto, Aveiro e Braga, sendo que os distritos com maior afetação de meios foram Santarém, Coimbra e Castelo Branco, onde se registaram as ocorrências mais complexas. Cantanhede, Coimbra, Ferreira do Zêzere, Vila de Rei, Fundão, Castelo Branco ativaram os Planos Municipais de Emergência.

O responsável da Proteção Civil destacou ainda que, do total de ocorrências, 38 por cento deflagraram no período noturno.

Desde dia 8, houve registo de 74 feridos, 49 dos quais foram assistidos, entre eles 32 bombeiros, quatro militares da GNR e 13 civis. Houve seis feridos graves, dos quais quatro bombeiros e dois civis.

A Proteção Civil contabiliza 141 mil hectares ardidos desde o início do ano. Dados provisórios que ainda não incluem as mais recentes ocorrências, mas que já é superior ao total de área ardida em 2016: 115 mil hectares. Números muito elevados, tendo em conta a média do último decénio de 44.960 hectares, segundo a Proteção Civil.

Quanto ao índice de severidade dos incêndios, o ano de 2017 é apenas ultrapassado pelos valores registados em 2005.

Segundo o IPMA, este é o terceiro ano mais severo dos últimos 15 anos, sendo que a temperatura não é o único fator a ter em conta. O comandante da Proteção Civil destaca a importância do índice de secura ou o comportamento do vento, que ajudam à propagação do fogo.
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