MAI diz aguardar “respostas do inquérito” a queda de helicóptero do INEM

por RTP
Octávio Passos - Lusa

O ministro da Administração Interna argumenta que só depois de terminado o inquérito da Proteção Civil às circunstâncias da queda do helicóptero do INEM é que qualquer entidade se deve pronunciar sobre o caso. Eduardo Cabrita diz esperar conclusões da investigação nos próximos dias e argumenta que o diferendo do Governo com os bombeiros não teve qualquer influência na resposta e socorro a este acidente que provocou quatro mortos.

“Não faço nenhum comentário. Aguardo as conclusões do inquérito” pedido à Proteção Civil, disse o ministro da Administração Interna, quando questionado pelos jornalistas sobre alegadas falhas ou atrasos na prestação do socorro. “Se soubesse o que a senhora está a dar como conclusão, não teria determinado o inquérito”, ripostou Eduardo Cabrita, reforçando que se devem evitar “conclusões absolutamente precipitadas”.

Eduardo Cabrita considera que idêntica postura deve ser assumida por todas as entidades envolvidas no socorro, que só deverão fazer declarações públicas depois de concluída a investigação do inquérito técnico urgente da Proteção Civil.

O ministro adiantou que a investigação está a ser feita em duas “frentes”: a das circunstâncias que determinaram o acidente e a dos mecanismos de prestação de socorro.

Eduardo Cabrita escusou-se a determinar um prazo para a conclusão do inquérito, dizendo apenas que espera ter o relatório “nos próximos dias”. 

O MAI garante que o diferendo entre Governo e Liga dos Bombeiros, que marcou a última semana, não teve influência na prestação de socorro neste acidente de Valongo, quando questionado se isso foi sentido neste caso.

“De maneira nenhuma”, garantiu, lembrando que “naquela área todos os corpos de bombeiros têm reportado [à Autoridade Nacional de Proteção Civil]. Portanto, aquela preocupação que existe em algumas zonas do país em que alguns corpos de bombeiros, pondo em causa a segurança dos portugueses, deixam de reportar ocorrências, não se passa nessa área”, explicou. “Não é essa a questão”, disse.

Eduardo Cabrita reforça que estes inquéritos servem para apreciar procedimentos e para melhorar a resposta no futuro, dizendo que em 2018 a “Proteção Civil mudou” e já garantiu uma melhor resposta em situações como a da tempestade Leslie ou o desabamento da estrada em Borba.

A queda de um helicóptero do INEM, ao final da tarde de sábado, no concelho de Valongo, distrito do Porto, causou a morte aos quatro ocupantes: dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira.
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