Médicos com horário de 35 horas. Bastonário revela compromisso de Pizarro

por RTP

Foto: João Marques - RTP

O bastonário da Ordem dos Médicos anunciou esta quarta-feira, à saída de uma reunião com o ministro da Saúde, que os médicos poderão passar a ter um horário base semelhante a todos os outros profissionais de saúde de 35 horas, quando trabalhavam até agora 40 horas semanais. É, de acordo com o bastonário, um compromisso de Manuel Pizarro que deverá agora ser debatido com os sindicatos por se tratar de matéria sindical.

Outras reivindicações para as quais Manuel Pizarro terá revelado disponibilidade, como sublinhou o bastonário Carlos Cortes, foram a abertura do processo para uma nova carreira médica, o dar mais atenção ao processo de captação de novos médicos para o Serviço Nacional de Saúde e também dar mais espaço à formação médica.Depois do encontro com o ministro, Carlos Cortes anunciou algumas das medidas propostas e que ainda serão novamente debatidas e "especificadas" numa reunião, na quinta-feira.

A primeira das medidas referidas pelo bastonário "tem a ver com a abertura de um processo para a nova carreira médica", uma reivindicação que, admitiu, os "médicos estão a pedir há largos anos".

"Há necessidade de, em Portugal, termos uma carreira médica que tenha em conta não só o setor da Saúde, mas também da Justiça (...), da Defesa e de outros ministérios, sem esquecer que há médicos no setor Público, no setor Privado e no setor Social"
, adiantou o bastonário.

Em segundo lugar, continuou, foi proposto um "plano de captação e manutenção de médicos para o Serviço Nacional de Saúde".

Na perspetiva da Ordem dos Médicos, "tem sido feito muito pouco ou praticamente nada para captar, fixar, manter os médicos no Serviço Nacional de Saúde", que Carlos Cortes sublinha que devia ser a prioridade da reforma do SNS.

A prioridade, repetiu ainda, "é captar mais médicos para o Serviço Nacional de Saúde".

Um terceiro aspeto discutido na reunião com o Ministério foi "a qualidade da formação médica", tendo o bastonário apresentado um "pacote formativo" que será "objeto de mais reuniões e mais desenvolvimento".

"Aquilo que a Ordem dos Médicos defendeu é que tem de haver melhor formação e mais espaço para a formação dentro do Serviço Nacional de Saúde", acrescentou.Uma última medida discutida na reunião foi a mudança do horário base dos médicos que passa a ser de 35 horas, como acontece com os demais profissionais de saúde.

"Neste momento, os médicos trabalham 40 horas. É o seu horário base", especificou, adiantando que o que foi falado com o ministro da Saúde foi que, "a partir de agora, os médicos começam a ter um horário, podem escolher um horário de 35 horas".

Uma vez que esta é uma "matéria do âmbito sindical" e por isso serão os sindicatos a "aprimorar com o Ministério da Saúde".

"Haverá espaço para o diálogo em matérias sindicais", referiu, acrescentando que a Ordem dos Médicos pediu que "muito rapidamente se iniciasse esse diálogo e que seja breve".

Em conclusão, Carlos Cortes assegurou que "há uma abertura, o processo não está fechado" e que a Ordem dos Médicos vai "aproveitar essa abertura" para novas negociações.
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