"Metro vai destruir o Jardim da Parada", alerta Associação dos Arquitetos Paisagistas

por Arlinda Brandão - Antena 1

Os arquitetos paisagistas pedem a mudança do local previsto para a nova estação do Metro de Campo de Ourique. Pedem também que a Câmara de Lisboa se faça ouvir na defesa da estrutura Verde da cidade, de que o jardim da Parada é um exemplo.

Em causa está o prolongamento da linha Vermelha do Metropolitano de Lisboa, em que se prevê a estação de Campo de Ourique no jardim da Parada.

Nesta altura aguarda-se o resultado da providência cautelar, interposta pelas associações Fórum Cidadania Lx, Quercus e Casa de Goa que defendem que no projeto de prolongamento da linha vermelha do Metropolitano há uma “completa ausência de estudos razoáveis e criteriosos em relação ao valor e sensibilidade do Jardim da Parada enquanto conjunto”.

Este é um aspeto destacado pelo presidente da Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas, João Ceregeiro que em entrevista à Antena 1, diz que não se pode sacrificar um Jardim de Bairro como o de Campo de Ourique e que existem alternativas por perto.

A Antena 1 questionou o Metropolitano de Lisboa que nos enviou uma resposta escrita garantindo que o "Jardim da Parada manterá todas as suas atuais características, depois das obras de construção da estação de Campo de Ourique. Referem também que "o estaleiro ocupará somente 15% da área total do jardim e será montado onde hoje se encontram as instalações sanitárias."

Vão ser instalados dois elevadores que segundo o Metropolitano de Lisboa "serão as únicas estruturas emergentes no jardim quando a estação abrir ao público e ficarão localizados onde hoje se encontram as instalações sanitárias."

Quanto à estrutura arbórea refere que "não serão abatidas espécies protegidas ou centenárias. A construção da estação no subsolo do jardim não terá qualquer interferência com o enraizamento das espécies arbóreas existentes já que, tendo em consideração o seu porte e idade, as mesmas terão uma profundidade máxima de enraizamento de cerca de 6 metros e a perfuração do túnel ocorrerá a uma profundidade de 35 metros. O estaleiro para o poço de ataque (local onde entrará a maquinaria para perfurar o túnel e sairão as terras) implicará a retirada de seis lodãos, espécies não classificadas. No final da obra, o jardim manterá 6 lodãos: 4 serão repostos no mesmo local dos anteriores, e os outros 2 serão plantados noutro local do jardim.

Os 3 exemplares arbóreos classificados existentes terão garantida uma zona de proteção de 20 metros de raio, bem como o acompanhamento ambiental do estado desses exemplares; O Metro de Lisboa plantará 50 novas árvores na freguesia de Campo de Ourique, em local a definir entre a CML e a Junta de Freguesia".
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