Ministro da Educação garante que exame de Português não será anulado apesar da eventual fuga

por RTP

O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, garantiu esta quarta-feira que o exame de Português do 12.º ano, cuja eventual fuga de informação está a ser investigada, não vai ser anulado.

Segundo o ministro, caso se confirme que houve uma fuga de informação, "o Ministério agirá civil, disciplinar e criminalmente contra o seu autor ou autores.

"Face a uma denúncia que existiu, fez-se o que devia de ser feito. O que tinha que ser feito. Existe neste momento uma averiguação a decorrer, por parte das autoridades, e temos que transmitir aos alunos que têm, com serenidade e tranquilidade, continuar a sua época de exames", acrescentou o ministro da Educação.

O governante frisou que "caso se venha a comprovar uma fuga de informação, é preciso dizer de forma clara ao seu autor ou seus autores que o Ministério agirá civil, disciplinar e criminalmente contra esses autores". 

"Também de forma clara, é preciso dizer que se alguém saiu beneficiado com essa fuga de informação de forma comprovada, obviamente que sofrerá as consequências naturais que decorrem dos regulamentos", acrescentou. 

"Esta é uma questão que não pode nem deve merecer posições facilitistas ou posições precipitadas", frisou.

O esclarecimento do ministro da Educação surge na sequência de uma eventual fuga de questões do exame, divulgada na última semana pela comunicação social. Em causa está um ficheiro de áudio que circulou nas redes sociais em que uma aluna parece revelar os temas que sairão na prova.

Na gravação, feita por uma aluna que não se identifica, pode ouvir-se a estudante a dizer: "Ó malta, falei com uma amiga minha cuja explicadora é presidente do sindicato de professores, uma comuna, e diz que ela precisa mesmo, mesmo, mesmo só de estudar Alberto Caeiro e contos e poesia do século XX. Ela sabe todos os anos o que sai e este ano inclusive".

"Pediu para ela treinar também uma composição sobre a importância da memória e outra sobre a importância dos vizinhos no combate à solidão", acrescenta a aluna na gravação. Todos estes temas fizeram parte do exame de Português que se realizou no passado dia 19 de junho.

A queixa foi apresentada por um professor que teve conhecimento da gravação no sábado antes da realização da prova, tendo constatado que a matéria de exame coincidiu exatamente com a que foi divulgada.

O caso está a ser investigado pelo Ministério Público. O IAVE, o Instituto de Avaliação Educativa, remeteu também para a Inspeção-geral de Educação e Ciência “todas as informações para efeitos de averiguação disciplinar e criminal”.

c/ Lusa
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