Mosquito da dengue detetado em Portugal sem "indícios de risco"

por Marcos Celso - RTP
O <i>Aedes albopictus</i> surge agora em Portugal Reuters

O mosquito do género Aedes é transmissor do vírus da dengue, mas a DGS diz que o mesmo não estava infetado com nenhum agente biológico que possa afetar a saúde humana.

A situação tem ocorrido em alguns países da Europa e agora chegou a vez do território nacional, mais precisamente na região norte do país. 

A espécie de mosquito Aedes albopictus foi agora identificada pela primeira vez em Portugal, segundo deu a conhecer a Direção Geral de Saúde, em nota pública. O mesmo fez o Instituto Doutor Ricardo Jorge, mas ambas as entidades referiram, de imediato, não haver "indícios de risco acrescido para a saúde da população".

Numa outra nota a meio da tarde desta quarta-feira a DGS veio esclarecer que o mosquito da espécie detetada não estava infetado com nenhum agente biológico que possa afetar a saúde humana.

De acordo com a especialista da DGS, Paula Vasconcelos, esta espécie (Aedes albopictus), de origem asiática, tem sido detetada em vários locais na Europa ao longo dos últimos anos, e o facto de se ter encontrado não significa, segundo afirma, que haja qualquer invasão. Aliás, Paula Vasconcelos considerou que "não é uma situação inesperada", uma vez que a avaliação do risco feita a nível europeu tem apontado para a presença deste mosquito.

Os trabalhos de monitorização e avaliação da situação são da competência dos serviços de saúde pública de nível regional e local da região Norte, em articulação com as autoridades centrais.

"O diretor-geral da Saúde e o presidente do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge continuarão a informar a população da evolução e das medidas tomadas", acrescenta a nota.

O território da Madeira chegou a ser o único na Europa a registar casos de dengue. Em 2012, os casos clinicamente analisados ultapassaram os 1300, com centenas a terem confirmação laboratorial da doença naquela região autónoma. Em março de 2013 a situação foi dada como controlada para reaparecer em 2014: no arquipélago, os ciclos de vida do mosquito têm sido registados de forma intensa entre o princípio de julho e o final de novembro de cada ano.

África, Américas (Central e Sul) e vários países asiáticos são tradicionalmente o palco das transmissões da doença, com os cientistas a estimarem um aumento um pouco por todo o mundo.  


Em Portugal - e em particular a Região Autónoma da Madeira - as preocupações têm sido, sobretudo, os alertas sobre casos importados de infeção por vírus da dengue. O turismo e as alterações climáticas merecem uma atenção redobrada de investigadores na Europa, sendo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) o organismo que suprevisiona o espaço europeu nesta questão.

Face à deteção da espécie de mosquito Aedes albopictus, as autoridades portuguesas de saúde pública vão monotorizar e avaliar a situação a nível regional e local da região norte, em articulação com as autoridades centrais.


A infeção do vírus da dengue transmite-se através da picada dos mosquitos do género Aedes infetados com o vírus, não ocorrendo transmissão pessoa a pessoa. Os vetores existem em extensas áreas do planeta, particularmente nas regiões tropicais e subtropicais.

A doença manifesta-se, geralmente, por febre, dores de cabeça, dores nos músculos e nas articulações, vómitos e manchas vermelhas na pele e, embora mais raramente, por um quadro hemorrágico.

A principal medida de prevenção é a proteção individual contra a picada do mosquito, uma vez que não existe vacina para esta doença.
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