Reportagem

Imigrantes, associações e partidos. Marcha no coração de Lisboa confronta xenofobia

por Inês Geraldo, Carlos Santos Neves - RTP

Da Alameda Afonso Henriques até ao Martim Moniz, no centro da capital, uma marcha com organizações da sociedade civil, imigrantes e rostos da esquerda parlamentar, sob o lema "Não nos encostem à parede", contestou este sábado a xenofobia e o racismo. O Chega de André Ventura montou, por sua vez, na Praça da Figueira, uma vigília de apoio às forças de segurança. Acompanhámos aqui, ao minuto, ambas as ações.

Emissão da RTP3


Rodrigo Lobo - RTP

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Momento-Chave
por RTP

Milhares marcham em Lisboa contra racismo e xenofobia

Foto: Rita Marrafa de Carvalho - RTP

"Não nos encostem à parede" foi o mote do protesto que pretende condenar a operação policial no Martim Moniz que, em dezembro, impressionou pela forma como cidadãos estrangeiros foram perfilados contra uma parede.

Quase todos os partidos políticos se fizeram representar.
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por RTP

"Contra ninguém". Atores políticos desfilaram em Lisboa

Partido Socialista, Bloco de esquerda, PCP, Livre e PAN estiveram representados na marcha, em Lisboa, contra o racismo e a xenofobia.

O PS garante que esta não é uma marcha contra ninguém muito menos contra a polícia.
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por RTP

"Encostem-nos à parede". Ventura grita pela polícia em vigília

Foto: Carlos Matias - RTP

O Chega fez uma concentração, à mesma hora da marcha contra a xenofobia, na Praça da Figueira, perto do Martim Moniz.

André Ventura afirmou tratar-se de uma resposta para defender os policias e contra os criminosos.

O líder do Chega quer mais operações policiais como a que aconteceu no Martim Moniz e acusou o primeiro-ministro de ceder à pressão e de ter "perdido a coragem".
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"Extremos saíram à rua"
por RTP

Primeiro-ministro pronuncia-se sobre manifestações em Lisboa

Luís Montenegro referiu-se às ações de sinal contrário que tiveram lugar este sábado no centro da capital como "os extremos que saíram à rua".

O primeiro-ministro, que esteve no quinto Encontro Nacional de Autarcas Social-Democratas, em Ovar, quis sustentar que o seu Governo é o elemento moderador da sociedade.
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Momento-Chave
por RTP

Pedro Nuno Santos assinala "manifestação pelos valores do nosso país"

Foto: Estela Silva - Lusa

O líder do PS falou sobre a manifestação deste sábado recusando a ideia de que era contra a polícia e lembrando que mostrou todos os valores do Portugal democrático. Sobre as presidenciais, Pedro Nuno Santos recusou falar sobre o assunto.

"Eu sei que há outra manifestação de extrema-direita, com pouca gente. Este dia mostra também bem onde é que estão os portugueses. Os portugueses estão do lado da democracia, da liberdade, da segurança mas da segurança efetiva".

Pedro Nuno Santos criticou a instrumentalização da polícia por parte do Governo e garantiu que o PS não participará em manifestações contra a polícia.

"É mau para os polícias serem usados e instrumentalizados pela extrema-direita em Portugal".

O líder do PS deixou também duras críticas a Carlos Moedas. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa afirmou que o PS estava refém do Bloco de Esquerda e Pedro Nuno Santos foi perentório na crítica: "neste momento, Carlos Moedas não é mais do que um produto de comunicação e de imagem"

Sobre as presidenciais, Pedro Nuno Santos continua sem explicar que candidato o Partido Socialista vai apoiar.
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por Lusa

Imigrantes agradecem apoio dos portugueses em "manifestação surpreendente"

 

A presença de milhares de portugueses na manifestação contra a ação policial na rua do Benformoso, Martim Moniz, que visou imigrantes, surpreendeu os dirigentes das comunidades migrantes, que agradecem o apoio.

No passeio, enquanto assistia à passagem da manifestação na avenida Almirante Reis, o nepalês Rami explicava ao filho o que queria dizer o 25 de Abril que era gritado pelos manifestantes.

"É o dia da libertação de Portugal", explicou à Lusa, salientando que o filho, de quatro anos, só tinha nacionalidade portuguesa.

"Isto é o país dele" e "é importante que ele saiba o que é o 25 de Abril", salientou o trabalhador de um supermercado numa perpendicular à Almirante Reis, o centro lisboeta da imigração que vem do subcontinente indiano, que a maioria dos portugueses quer ver reduzida, segundo estudos recentes.

O presidente da Casa da Índia, Shiv Kumar Singh, mostrou-se surpreendido com a presença de tantos portugueses na manifestação "Não nos encostem à parede", organizada na sequência da ação policial no dia 19 de dezembro que visou imigrantes na rua do Benformoso.

"Surpreendeu mas eu tinha confiança que iríamos receber um grande apoio da sociedade portuguesa" e "agora temos de melhorar os serviços de saúde, de habitação e de educação para todos", para "os portugueses e para os imigrantes", afirmou.

"Esta manifestação é contra alguma atrocidade policial contra os imigrantes" e "estamos muito gratos pelo apoio dos cidadãos nacionais", afirmou o dirigente associativo, salientando a "gratidão" de muitos estrangeiros pela abertura da sociedade portuguesa.

Aqui "estão muito mais portugueses presentes que imigrantes", mas, no final do dia, "estamos todos juntos", porque "para muitos imigrantes este é o seu país e estão a construir o seu futuro aqui, sem quererem voltar atrás".

Esse é o caso de Rami, mas também de Janelle, francesa de origem casada com um nigeriano.

De lenço palestiniano na cabeça, Janelle está de férias em Portugal, onde trabalha o marido, mas não quis faltar à manifestação de hoje.

"Onde quer que seja preciso para combater a extrema-direita, se eu puder, estarei lá", prometeu, afirmando que o mundo "está dividido" porque "isso interessa a alguns essa divisão".

"Eu sou nepalês e agora tenho um filho português. A minha mulher está grávida de uma menina. De onde é que eu sou?", resume Rami.

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por RTP

"Não nos encostem à parede". Marcha contra xenofobia e racismo em Lisboa

Da Alameda Afonso Henriques até ao Martim Moniz, no coração da capital, uma marcha contestou este sábado a xenofobia e o racismo. O Chega decidiu, por sua vez, promover uma vigília de apoio às forças de segurança. Estas são imagens captadas pelos repórteres da RTP no terreno.

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Marcha chega ao destino
por RTP

Primeiros manifestantes chegam ao Martim Moniz

A cabeça da marcha "Não nos encostem à parede" acaba de chegar à Praça do Martim Moniz, onde vai decorrer o evento cultural que culmina a iniciativa deste sábado.
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por RTP

Manifestação em Lisboa contou com imigrantes

Muitos imigrantes estiveram presentes na manifestação deste sábado contra o racismo e xenofobia. Todos dizem ter vindo à procura de uma vida melhor e sentem nos dias de hoje a discriminação.

Um comerciante do Bangladesh falou com a RTP e explicou que a comunidade sofre mais racismo, especialmente no tratamento dado pela polícia.

Um outro imigrante, da Índia, declarou estar em Portugal há mais de 15 anos e que ficou por gostar do país. Disse que Portugal recebia com um sorriso mas é algo que já não acontece, que o pensamento das pessoas mudou.
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por RTP

"Racismo não pode ser ligado à tática e à técnica de operação policial"

Foto: Miguel A. Lopes - Lusa

Em entrevista à RTP3, o presidente do Observatório de Segurança Interna, Luís Fernandes, começou por sublinhar, este sábado, que "as manifestações são o exercício de um direito cívico", vendo "com bons olhos" quer a marcha contra a xenofobia e o racismo, quer a vigília "pela autoridade" promovida pelo Chega. Apontou, em seguida, "uma grande confusão" entre a operação policial de dezembro no Martim Moniz e "outras questões sociológicas".

"A operação policial decorreu de acordo com os trâmites legais, em termos técnicos e táticos terá abrangido uma quantidade de elementos policiais que operaram e estiveram numa rua e fizeram diligências para revista de pessoas. Como a quantidade de pessoas dessa rua era elevada, a forma como tem que ser feita a abordagem tem que ser diferenciada", sustentou o responsável, referindo-se à operação de 19 de dezembro na Rua do Benformoso.

"Nesse sentido, não extravasaram qualquer elemento técnico que devia ser observado. Cumpriram com as boas práticas", reforçou.

"A confusão que eu tenho que identificar aqui é um aproveitamento - e tenho que dizer que há um aproveitamento político - das várias fações, que puxam uma discussão para uma atividade policial que não tem nada a ver com o que pretendem incluir", propugnou Luís Fernandes.

"Eu não sou porta-voz da polícia. Não tenho aqui a obrigação de defesa da polícia, mas creio que toda a gente consegue perceber uma coisa: racismo e xenofobia não podem ser caracterizados e ligados a uma operação policial e à tática e à técnica dessa operação policial, sob pena de destruirmos tudo o que é o trabalho policial".

"Não podemos vincular que a sociedade portuguesa é racista e xenófoba só por si, porque isso significa, em primeiro ponto, identificar mal o problema e, dessa forma, não teremos soluções para o problema", advogou adiante o presidente do Observatório de Segurança Interna.
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por RTP

PAN acusa Governo de passar mensagem errada sobre imigração e segurança

O PAN afirma que o Governo passa uma mensagem errada sobre a imigração e a segurança. Inês Sousa Real, também nas ruas em Lisboa, acusa Luís Montenegro de fazer um aproveitamento político inaceitável.

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por RTP

André Ventura diz que marcha contra xenofobia é ataque à polícia

André Ventura juntou-se à vigília do Chega "Pela autoridade e contra a impunidade" e criticou a manifestação que acredita ser um ataque contra a polícia, declarando que tudo serve para a atacar a instituição nos dias de hoje.

"Querem destruir a imagem da polícia, querem destruir a imagem das forças de segurança e isto é diretamente contrário ao coração dos moradores destes sítios".

André Ventura diz que os crimes relacionados com droga cresceram 20 por cento e que a polícia deve agir em conformidade, dentro da lei. O líder do Chega diz agora ser a voz daqueles que antes "comiam e calavam".
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por RTP

"Unidos somos mais livres", afirma Rui Tavares

O líder do partido Livre também se juntou à manifestação contra o racismo e xenofobia a decorrer em Lisboa e no Porto. Rui Tavares defendeu que Portugal é um país de "convivência, solidariedade e respeito mútuo" e que são esses valores que trazem a segurança.

"Acredito que Portugal é um país que está no seu melhor quando temos entreajuda, quando somos bons vizinhos, quando somos bons colegas de trabalho, bons amigos".

Rui Tavares afirmou que esses valores são demonstrados em Portugal nos momentos mais difíceis e criticou aqueles que usam o medo como meio de divisão.

"O que queremos fazer com esta manifestação, de diferentes partidos políticos, diferentes associações, diferentes sindicatos, pessoas que vêm de lugares diferentes é dizer que estamos unidos, estamos mais fortes contras as ameaças dos Trumps, dos Putins, dos Xis Jinpings, dos Elon Musks, de todos aqueles que querem lucrar com o ódio".
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por RTP

"Instrumentalização das forças de segurança é um perigo"

Em declarações à RTP, nos primeiros instantes da marcha contra o racismo e a xenofobia, em Lisboa, João Ferreira, do PCP, advertiu contra a "instrumentalização das forças de segurança".

"Esta manifestação junta todos aqueles que percebem que a instrumentalização das forças de segurança pelo poder político é um perigo. É um perigo para a população, para a população, para os próprios agentes das forças de segurança, é um perigo para a democracia", enumerou.

"Este é um momento em que devemos dizer que a Constituição da República é mesmo para valer", sustentou ainda.
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por RTP

Alexandra Leitão destaca manifestação a favor da democracia e Estado de direito

A líder parlamentar do Partido Socialista destacou que a manifestação a decorrer em Lisboa não é contra ninguém mas sim uma defesa dos valores da democracia e Estado de direito. Alexandra Leitão explicou ainda que o PS não está contra a polícia, que considera ser fundamental no Estado democrático.

"Por isso mesmo, não pode, nem deve ser instrumentalizada no discurso político. E esta é a minha mensagem".
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"Não nos encostem à parede"
por RTP

Marcha prestes a começar. Organização fala em comemoração da democracia

Pouco antes do início da marcha sob o mote "Não nos encostem à parede", verificou-se um momento de altercação com uma contra-manifestação da extrema-direita, como constatou a equipa de reportagem da RTP na Alameda Afonso Henriques.

A PSP respondeu com rapidez.
Miguel Garcia, da organização da marcha contra o racismo e a xenofobia, salientou a satisfação do movimento face ao que descreveu como uma comemoração da democracia, "contra o racismo, o preconceito e a xenofobia".

Também ouvida pela RTP, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, considerou "muito importante, em momentos definidores da democracia, que os partidos, movimentos sociais e sociedade civil possam unir-se".
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por Lusa

Ativistas de extrema-direita ocupam espaço para onde se prevê manifestação "Não nos encostem à parede"

Catarina Cadavez - RTP

Uma hora antes do início da manifestação agendada pelo movimento "Não nos encostem à parede", um grupo de ativistas de extrema-direita ocupou o lado poente da Alameda, em Lisboa, para onde está agendado o protesto contra a atuação da PSP.

Espaçados, com faixas e grandes bandeiras de Portugal e da sigla partidária, os apoiantes do partido Ergue-te e do movimento Habeas Corpus ocuparam uma área substancial do espaço, levando mesmo um vendedor de livros anarquistas que estava no local a mover-se para um passeio mais afastado.

Em silêncio, querem fazer a sua oposição à manifestação contra a atuação da PSP nos locais de grande concentração de imigrantes e na periferia da Grande Lisboa.

Milhares de pessoas são esperadas hoje em Lisboa numa manifestação contra o racismo e xenofobia, denominada "Não nos encostem à parede", em protesto contra a atuação da polícia na zona do Martim Moniz que visou imigrantes.

Na sequência da intervenção da PSP no dia 19 de dezembro na rua do Benformoso, perto do Martim Moniz, em Lisboa, e das imagens de dezenas de imigrantes encostados às paredes dos prédios, para serem revistados, vários ativistas de esquerda e uma centena de organizações subscreveram um apelo contra a atuação das forças policiais junto das periferias e dos imigrantes.

Hoje, ao ver o aparato do partido de extrema-direita, um casal de idosos comentou à Lusa a tensão existente. 

"Estes só vêm aqui provocar. Eu nem sou contra ou a favor da polícia, mas estes só estão aqui para provocar", afirmou Afonso Sousa, reformado da função pública. 

O anúncio da manifestação, que tem início pelas 15:00 junto à Alameda e termina no Martim Moniz, motivou a resposta de grupos da extrema-direita e o partido Chega organizou uma vigília de apoio à PSP na Praça da Figueira para a mesma tarde, denominada "Pela autoridade e contra a impunidade".

Já o Ergue-te e elementos do Habeas Corpus optaram por estar presente na Alameda, no local da partida da manifestação, onde são esperados representantes de todos partidos da esquerda parlamentar.

Para o local começaram a acorrer, de modo discreto, motas e veículos da PSP de modo a criar um perímetro entre os dois grupos. 

Já os manifestantes do movimento "Não nos encostem à parede" optaram por se concentrar um pouco mais abaixo, no limite sul da Alameda com a avenida Almirante Reis. 

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Momento-Chave
Marcha e vigília
por RTP

Ação contra racismo e xenofobia com início marcado para as 15h00

Em causa está ainda a operação policial levada a cabo a 19 de dezembro na Rua do Benformoso, perto do Martim Moniz, em Lisboa. Ação que ficou marcada pela imagem de várias pessoas, presumivelmente imigrantes, encostadas à parede e de braços no ar. Associações civis protestam esta tarde contra tais procedimentos por parte das forças de segurança.

A manifestação tem início às 15h00 na Alameda Afonso Henriques. Segue, depois, para o Martim Moniz.

Pelas 15h30 deverá começar uma vigília organizada pelo Chega de André Ventura sob o mote "Pela autoridade e contra a impunidade", na Praça da Figueira, a 400 metros do Martim Moniz.Na sexta-feira, o partido ADN instalou cartazes no Martim Moniz contra o que considera ser imigração ilegal. Estes acabaram por ser retirados por falta de autorização.


Na marcha deste sábado são esperados dirigentes partidários e de organizações antirracistas, de apoio a imigrantes e de bairros periféricos, entre as quais a Solidariedade Imigrante, o SOS Racismo, a Vida Justa, Casa do Brasil de Lisboa ou o Moinho da Juventude.

A ação inclui ainda estruturas locais como o Bangladesh Coletivo, Beahmanbaria Community of Portugal, Cozinha Comunitária dos Anjos, Renovar a Mouraria ou Sirigaita.

Os promotores defendem que "todas as pessoas que vivem e trabalham em Portugal têm que ser tratadas com dignidade e que esta ação policial não foi um caso isolado, acontecendo regularmente noutras periferias de Lisboa e do país".

"A segurança não pode ser confundida com a instrumentalização da polícia" e os "signatários apelam a uma manifestação que exige dignidade, direitos sociais e liberdade para quem vive e trabalha em Portugal", lê-se em comunicado.
"Análise e avaliação do risco"

Citada pela agência Lusa, a Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública indica ter avaliado o risco da manifestação "Não nos encostem à parede" e da vigília do Chega "Pela autoridade e contra a impunidade", adiantando que se reuniu com os promotores de ambas para os sensibilizar sobre "questões de proteção e segurança de quem" participar.

"A PSP já efetuou a sua avaliação e análise do risco, tendo já articulado no sentido de alertar as organizações das referidas manifestações sobre os limites que a lei impõe, tendo também já o seu planeamento pronto no sentido de garantir que não haja qualquer constrangimento à realização das manifestações e ao livre exercício do direito de reunião e manifestação", sublinha a força de segurança.

Estão, assim, mobilizadas para a segurança das manifestações diferentes valências do Comando Metropolitano de Lisboa, que vão ter "o apoio permanente de meios da UEP da PSP".

c/ Lusa
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por Antena 1

"Não nos encostem à parede". Milhares de pessoas esperadas em marcha contra racismo em Lisboa

Foto: José Sena Goulão - Lusa

São esperadas milhares de pessoas nas ruas de Lisboa este sábado, numa manifestação contra o racismo e a xenofobia. A marcha "Não nos encostem à parede" é uma resposta à ação da polícia no Martim Moniz no mês passado.

A operação policial ficou marcada por uma imagem que mostra várias pessoas, alegadamente imigrantes, encostadas à parede e de braços no ar. Hoje, várias associações e organizações vão protestar contra essa ação.

Uma das pessoas que vão participar neste encontro é Eduardo Ferro Rodrigues, o antigo presidente do Parlamento, que entende que há momentos em que as palavras não bastam para defender a democracia.

Ferro Rodrigues é também um dos subscritores de uma carta aberta que apela à participação na marcha deste sábado, que considera um momento de defesa da democracia.

A manifestação arranca às 15h00 da Alameda, em Lisboa. Nuno Ramos de Almeida, do Movimento Vida Justa, uma das associações que organizam a marcha, explicou à Antena 1 o que é que se pode esperar desta mobilização.

Também para este sábado está prevista uma vigília organizada pelo partido Chega, com o lema "Pela autoridade e contra a impunidade", na Praça da Figueira, a 400 metros do Martim Moniz.
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Momento-Chave
por RTP

"Não nos encostem à parede" reconstituiu operação do Martim Moniz

Foto: José Sena Goulão - Lusa

Os organizadores da manifestação contra o racismo marcada para sábado fizeram uma reconstituição da operação policial do Martim Moniz, mas na Avenida de Roma.

O objetivo foi demonstrar como seria se fosse feita numa zona de Lisboa onde as rusgas não têm lugar e também apelar à participação na manifestação de sábado, denominada "Não nos encostem à parede".
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Momento-Chave
por Antena 1

Marcada para sábado marcha contra racismo no centro de Lisboa

Foto: Lusa

É a resposta de várias associações cívicas contra a ação policial no Martim Moniz, na qual dezenas de imigrantes foram encostados à parede. Timóteo Macedo, porta-voz da associação Solidariedade Imigrante, diz à Antena 1 que situações como esta não podem repetir-se.

A associação acusa o Governo de estar a cavalgar a questão da insegurança e de remeter a culpa aos imigrantes, o que não corresponde à realidade. E fala em perseguição.
O protesto vai contar com diversas organizações, como a Solidariedade Imigrante, a SOS racismo, a Vida Justa e ao apelo à manifestação juntaram-se partidos políticos, nomes da academia, profissionais de saúde e até artistas.

As associações esperam milhares de manifestantes.

A operação policial no Martim Moniz aconteceu no dia 19 de dezembro. Resultou na detenção de duas pessoas.
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