Oficiais de justiça partem para greve de três dias

por Carlos Santos Neves - RTP

No dia da cerimónia de abertura do ano judicial, o Sindicato dos Oficiais de Justiça anunciou uma greve destes profissionais para os dias 31 de janeiro, 1 e 2 de fevereiro. A estrutura acusa o Governo de deixar sem resposta “os problemas que lhe têm sido submetidos”.

“O Ministério da Justiça, independentemente dos seus titulares, não tem respondido atempada e adequadamente aos problemas que lhe têm sido submetidos pelos oficiais de justiça”, refere a organização sindical representativa destes trabalhadores, em nota divulgada esta quinta-feira, o dia que que marca o arranque do ano judicial.

O Sindicato dos Oficiais de Justiça sustenta que a “falta de vontade política, que se traduz também numa eventual falta de vontade financeira”, deixa quer os tribunais, quer os oficiais “desprovidos de condições para potencializar a realização da justiça”.

“Não é de ânimo leve”, sublinha a estrutura sindical, que os profissionais partem para uma paralisação.

Contudo, alega o sindicato que os oficiais de justiça “não podem e não querem continuar a constituir, no prisma dos ministérios da Justiça e das Finanças, o elo mais fraco das cogitações do Governo”.

Ainda segundo o sindicato, os oficiais de justiça reclamam a contagem do tempo de congelamento das carreiras, um “regime de aposentação justo, reconhecendo a exigência da carreira”, a compensação por exigências que resultam da especialização dos tribunais, formação contínua, revisão e valorização do estatuto socioprofissional e abertura de concursos para preencher lugares vagos e ingressar na profissão.
“Acho estranho”
O anúncio desta paralisação foi entretanto questionado pelo presidente de outra estrutura, o Sindicato dos Funcionários Judiciais.

Fernando Jorge manifestou-se surpreendido e fez questão de sublinhar que “as negociações com o Ministério têm decorrido normalmente”.

“Acho estranho a marcação da greve e mais estranho o timing para a anunciar. Não sei quais são os motivos, mas as negociações estão a decorrer normalmente, temos entregue todos os documentos que nos têm sido solicitados no âmbito dos estatutos”, reagiu o dirigente sindical.

c/ Lusa

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