Operação Vórtex. Pinto Moreira constituído arguido

por Inês Geraldo - RTP
Rui Cardoso - RTP

O deputado do PSD Joaquim Pinto Moreira foi esta sexta-feira constituído arguido no âmbito da operação Vórtex e vai pedir a suspensão do mandato na Assembleia da República. O ex-presidente da Câmara Municipal de Espinho é suspeito de corrupção passiva, prevaricação, tráfico de influência e abuso de poder.

O deputado anunciou de forma imediata que vai suspender o seu mandato na Assembleia da República.

"Como eu já tinha dito, eu sou coerente com as minhas palavras e com as minhas posições. Apesar de sair daqui constituído arguido e com um mero TIR [Termo de Identidade e Residência], o que é certo e o que eu disse é que se fosse constituído arguido iria suspender o mandato. É exatamente isso que eu irei fazer pelo tempo que entender por conveniente", afirmou Pinto Moreira aos jornalistas à saída do Tribunal.
O agora arguido explicou que respondeu a todas as perguntas colocadas pelo Ministério Público e continua a afirmar que agiu no melhor interesse dos espinhenses e da cidade de Espinho.O levantamento da imunidade de Pinto Moreira foi autorizado no dia 10 de fevereiro.

Pinto Moreira está a ser acusado de alegada prática de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, prevaricação, tráfico de influência e abuso de poder.
Espinho. Revelada auditoria independente
Já esta sexta-feira, a autarca de Espinho revelou as conclusões da auditoria independente pedida para análise da empreitada para o Estádio Municipal, depois de suspeitas de corrupção dos dois últimos antecessores, como é o caso de Joaquim Pinto Moreira.

Maria Manuel Cruz explicou que o custo do estádio pode chegar aos 13 milhões de euros e que o processo vai ser entregue ao Ministério Público.

A empreitada estava cifrada em 4,5 milhões de euros, ainda na altura de Joaquim Pinto Moreira, para funcionar a sede do Sporting Clube de Espinho. No entanto, devido a trabalhos suplementares o valor deve aumentar.

“Perante os dados que temos neste momento, a obra poderá facilmente atingir valores totais entre os nove e os 13 milhões de euros, quando foi publicamente anunciada por apenas 2,5 milhões”, declarou a autarca de Espinho.

Apesar de reconhecer a importância e o interesse municipal da obra, os valores a que a obra pode chegar vão levar a decisões que serão influenciadas pela auditoria feita pelo Instituto da Construção da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

“Por estarem reunidos dados suficientes que indiciam práticas lesivas do erário público, todo o processo do Estádio Municipal de Espinho será remetido ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público”, concluiu Maria Manuel Cruz.

c/ Lusa
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