Polícias alertam para falhas do SIRESP em Lisboa

por RTP
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O sistema de comunicação SIRESP tem falhas em zonas como o Meo Arena ou centros comerciais como o Amoreiras e o Colombo, em Lisboa. A denúncia parte do presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia. Paulo Rodrigues diz que em muitos casos, os polícias têm de usar os telemóveis pessoais para comunicarem.

“São deficiências que estão identificadas há algum tempo, e a vários níveis no que diz respeito à abrangência do sinal e nós temos mesmo dentro de Lisboa muitas zonas sombra ou zonas negras”, afirmou Paulo Rodrigues.

Segundo o responsável pela Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, “se formos a Cascais, Sintra, Torres Vedras ou mesmo Vila Franca de Xira, há zonas que não têm sinal. Portanto, mesmo que os polícias queiram comunicar não conseguem. A única garantia que nós temos é mesmo o telemóvel pessoal que muitas vezes é utilizado para tentar resolver algumas das situações com que nos defrontamos”.

Paulo Rodrigues diz que estão em causa "situações muito complicadas. Mesmo no Cometlis (Comando Metropolitano de Lisboa da PSP), que há cerca de um ano centralizou as comunicações, há um conjunto de consolas que estão para programar no SIRESP”.

“Segundo as informações que temos é que ainda não foram reprogramadas por falta de verbas, sendo também da responsabilidade da Secretaria-Geral do MAI . No fundo estamos constantemente a confrontar-nos com situações que já foram transmitidas diversas vezes e pura e simplesmente foram desvalorizadas”. Falhas não são novidade
As falhas no sistema SIRESP “não são novas.", diz este responsável. "Constantemente nos confrontamos com elas. Há anos que andamos a dizer aos governos que é preciso rever uma série de situações”.

“Nós temos sete repetidores, emissores-recetores nas esquadras, algo que não é suficiente para dar resposta àquilo que é a capacidade do que nós necessitamos para fazer o nosso trabalho”, salientou.
Zonas sombra em Lisboa
Na zona da Grande Lisboa, Paulo Rodrigues identifica o Meo Arena, o Centro Comercial Amoreiras ou o Colombo como zonas “onde a polícia tem grandes dificuldades em comunicar com o sistema SIRESP”.

“São zonas que para nós são extremamente delicadas, porque são zonas onde passam muitas centenas ou milhares de pessoas. Se houver um incidente tático ou uma situação mais complexa, a polícia tem muita dificuldade em trabalhar as comunicações. São situações que já deviam ter sido resolvidas há muito tempo, e espero que nada aconteça e que as pessoas se comecem a preocupar com isto”.
Falhas em Pedrógão Grande
Em relação às falhas do sistema em Pedrógão Grande, Paulo Rodrigues afirma “não ter conhecimento em concreto daquilo que se passou a esse nível”.

No entanto, “tendo em conta que nem na capital nós temos um sinal que permita trabalhar bem as situações, é evidente que pior são essas zonas. Até porque a nível nacional a zona onde funciona melhor é mesmo em Lisboa”.

“Portanto, se mesmo em Lisboa há grandes dificuldades, acredito que nessa zona tenha havido dificuldade ao nível daquilo que é a abrangência do sinal”.

Em relação à estação móvel da PSP que só chegou a Pedrógão Grande no dia seguinte, Paulo Rodrigues afirma “não ter conhecimento do atraso. Mas de certeza que, no que diz respeito à Polícia de Segurança Pública, fez de certeza o melhor possível. Muitas vezes não existem as condições para fazer aquilo que gostaríamos de fazer”.

“Se houve atrasos, com certeza não foi por falta da vontade da polícia. Nós temos muitas vezes equipamentos em reparação, como as consolas que estão há um ano a aguardar para serem reprogramadas. Nós não podemos fazer omeletes sem ovos e a verdade é que isto está a acontecer”.
Responsabilidades técnicas
O presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia considera que “não podemos receber uma crítica quando muitas das vezes a responsabilidade não está do lado dos polícias. Se alguma coisa correu mal é importante que seja analisado, que seja feito um inquérito para perceber o que é que falhou”.

“Mas de certeza que não foi por falta de vontade dos polícias em chegar, até porque a carrinha chegou. Se depois as coisas não funcionaram bem tenho a certeza que não tem a ver com responsabilidades de âmbito humano, mas sim técnicas”, rematou. 
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