O Ministério das Finanças esclarece que a autorização das obras de manutenção da Ponte 25 de Abril não demorou seis meses. Também esta noite, o presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil garantiu que a ponte “esteve segura, está segura e vai continuar segura”. Durante a tarde, a Infraestruturas de Portugal já tinha referido que a obra é “prioritária” mas não “urgente”.
O Ministério das Finanças explica ainda que o relatório do LNEC feito em fevereiro de 2018, tal como o relatório feito pelo Instituto de Soldadura e Qualidade em janeiro, “indicaram a necessidade de realização de obras a curto prazo, confirmando a programação previamente definida pela Infraestruturas de Portugal”.
Posto isto, o Governo garante que “aprovou prontamente as respetivas portarias de extensão de encargos”. A resposta surge depois de a revista Visão ter avançado esta quinta-feira que a tutela teria demorado seis meses a aprovar a realização das obras na ponte que liga Lisboa a Almada.
A revista revelou que o Governo recebeu em fevereiro um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil que alertava para a necessidade de "medidas urgentes" de reparação da ponte, depois de "terem sido detetadas 'fissuras' numa zona estrutural da travessia".
"Esteve, está e estará segura"
Também esta noite, o presidente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil garantiu que a ponte “esteve segura, está segura e estará segura”, tendo explicado que não existe perigo para os utentes.
Carlos Pina referiu que o relatório em causa foi pedido ao laboratório para identificar as anomalias da infraestrutura e que está previsto que as obras decorram durante dois anos.
O responsável sublinhou que, durante esse período, não existe perigo para os utentes da Ponte 25 de Abril. Afirmou ainda que está afastada a ideia de interdição da circulação de veículos pesados na ponte, o que só poderia acontecer caso a situação se agravasse.
Antes das declarações do responsável do LNEC, já o presidente da Infraestruturas de Portugal tinha vindo a público para garantir que as obras não são “urgentes” e que não há perigo.
O presidente da IP destacou que "está tudo a ser feito" para garantir a segurança da infraestrutura e que esse trabalho, assente, por exemplo, no reforço dos "procedimentos de fiscalização", "não é de agora nem de há dois ou três dias".
António Laranjo tentou também "esclarecer e tranquilizar todos aqueles que diariamente utilizam esta infraestrutura rodoviária e ferroviária", vincando que "nunca haverá perigo de circular nesta ponte". Ainda assim, apontou que a intervenção em causa é "de extrema gravidade", merecendo "toda a atenção" da empresa.
O responsável confirmou que o pedido de financiamento para esta obra já tinha sido apresentado há alguns meses. “Há vários meses que está pedido, tal como outras. É uma situação perfeitamente normal”, disse. António Laranjo não confirmou que o pedido tinha demorado seis meses a aprovar mas reconheceu que este prazo não seria “exagerado para obras desta grandiosidade e impacto financeiro”.
A Infraestruturas de Portugal vai lançar este mês o concurso para a realização destas obras de reparação e conservação da Ponte 25 de Abril, com um preço base de 18 milhões de euros e o prazo de execução de dois anos.
O tema entrou já na agenda política. O Presidente da República e o PS recusaram alarmismos. PSD, CDS-PP e BE exigem esclarecimentos do LNEC e do Executivo.