Obras na Ponte 25 de Abril. Marcelo adverte contra alarmismo

por RTP
“Mais vale tarde do que nunca”, afirmou o Presidente, ao ser questionado pelos jornalistas após uma visita a uma fábrica têxtil na Amadora Manuel de Almeida - Lusa

O Presidente da República afirmou esta quinta-feira que o Governo percebeu “a urgência” de obras na Ponte 25 de Abril e “fez o que devia”. Marcelo Rebelo de Sousa reagiu assim à notícia da revista Visão sobre um relatório em que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil aponta para riscos de segurança naquela travessia do Tejo.

“Não sejamos alarmistas. O que há é duas coisas: há um relatório que aponta para urgência em obras - não quer dizer que a ponte esteja a cair - e há o Governo que percebe a urgência e que determina essas obras”, respondeu o Presidente aos jornalistas, após uma visita a uma fábrica têxtil de Alfragide, na Amadora.O Ministério das Finanças emitiu um comunicado em que garante que “não existe qualquer processo a aguardar autorização do Ministério das Finanças relativo a intervenções de cariz urgente na Ponte 25 de Abril”.

Na tarde de quarta-feira a Infraestruturas de Portugal adiantou que “vai lançar este mês uma empreitada de trabalhos de reparação e conservação da Ponte 25 de Abril, com um preço base de 18 milhões de euros e o prazo de execução de dois anos”.

Após citar um ditado popular - “mais vale tarde do que nunca” -, o Chefe de Estado quis sublinhar que o prazo de execução das obras reforça a ideia de que “não há um grau de urgência igual para todas as reparações”.

Questionado sobre a reação do Executivo, Marcelo considerou que esta foi atempada.

“Logo que chegou o relatório - é assim que normalmente se faz, há um relatório técnico, o relatório técnico mostra que há pontos onde é necessário haver intervenções -, o Governo decidiu intervir. Acho que fez o que devia ter feito. E acho que o Parlamento também discutir essa matéria tem toda a lógica”, vincou.
PS recusa alarme, oposição questiona
O PSD solicitou a audição parlamentar do LNEC, com o deputado social-democrata Paulo Rios a sublinhar que o partido “acompanha com preocupação” as notícias relativas à Ponte 25 de Abril.

“Antes do apuramento de responsabilidades politicas, queremos perceber se podemos ter confiança no uso daquele meio e ouvir os responsáveis técnicos. O que nos preocupa é tranquilizar as pessoas”, frisou.

CDS-PP e Bloco de Esquerda pediram não só a audição do LNEC como também do ministro Pedro Marques, responsável pela pasta do Planeamento e das Infraestruturas.

Já o PS repudiou atitudes políticas “guiadas pela demagogia e pela exploração de casos e casinhos”.

“Os utentes da Ponte 25 de Abril, sobretudo aqueles que diariamente recorrem a esta infraestrutura, podem estar tranquilos. Este não é o momento de alimentar demagogias estéreis ou alarme social, entrando-se em ligeirezas políticas”, clamou o deputado socialista André Pinotes Batista.

Pelo PCP, o deputado Bruno Dias veio reclamar um “cabal esclarecimento”, sem sede parlamentar, da situação na Ponte 25 de Abril, quer por parte do ministro das Infraestruturas, quer por parte do LNEC.

O deputado comunista quer que o relatório seja tornado público, uma vez que as despesas das obras serão suportadas pelo Estado, apesar da Parceria Público- Privada com a Lusoponte.

c/ Lusa
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