Presidente do Politécnico de Castelo Branco pede inquérito à licenciatura do comandante nacional da Proteção Civil

por Sandra Felgueiras, Soraia Ramos - RTP
Fotografia: António Cotrim - Lusa

O presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco pediu à Inspeção-Geral do Ensino Superior que instaure um inquérito ao processo de creditação da licenciatura de Rui Esteves. A informação avançada ao Sexta às 9 foi já confirmada pelo Ministério do Ensino Superior. O pedido de abertura de inquérito surge depois das revelações sobre a licenciatura suspeita tirada por Rui Esteves.

O pedido de abertura do inquérito surge depois de o Sexta às 9 ter noticiado que Rui Esteves terminou a licenciatura em Proteção Civil na Escola Superior Agrária de Castelo Branco mas só fez duas das 36 cadeiras do curso. As restantes 34 foram obtidas por equivalência baseada na "experiência profissional" do já nessa altura comandante distrital da Proteção Civil de Castelo Branco.

A abertura do inquérito foi confirmada pela tutela ao Sexta às 9. "O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, tomou hoje conhecimento deste assunto pelo presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, que informou o ministro que tinha enviado o assunto para a Inspeção Geral da Educação e Ciência", indicou o gabinete do ministro.

A tutela indica ainda que "o ministro também reforçou o pedido junto da Inspeção".

A história desta licenciatura suspeita começa a 2 de dezembro de 2009, fora de qualquer período normal para finalização de um curso universitário. Em 2011, Rui Esteves volta a obter novo certificado de habilitações. Desta vez, já tinha frequentado quatro das 36 cadeiras do curso.

O comandante nacional operacional da Proteção Civil obteve equivalência a disciplinas como matemática, estatística e química sem nunca ter frequentado uma aula.
A equipa do Sexta às 9 foi a primeira a consultar as 30 páginas deste processo e verificou que nele não consta qualquer comprovativo da alegada "experiência profissional que fundamentou as equivalências a 90 por cento da licenciatura".

Das 30 páginas que fazem parte do processo, 14 são referentes às creditações. Foi mais um dado que fragilizou a posição já difícil de Rui Esteves como comandante Nacional da Proteção Civil.

Pela atual lei, o comandante nacional operacional da Proteção Civil não pode ocupar o cargo sem ter licenciatura.
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