Presidente do Politécnico de Castelo Branco pede inquérito à licenciatura do comandante nacional da Proteção Civil
O presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco pediu à Inspeção-Geral do Ensino Superior que instaure um inquérito ao processo de creditação da licenciatura de Rui Esteves. A informação avançada ao Sexta às 9 foi já confirmada pelo Ministério do Ensino Superior. O pedido de abertura de inquérito surge depois das revelações sobre a licenciatura suspeita tirada por Rui Esteves.
A abertura do inquérito foi confirmada pela tutela ao Sexta às 9. "O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, tomou hoje conhecimento deste assunto pelo presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, que informou o ministro que tinha enviado o assunto para a Inspeção Geral da Educação e Ciência", indicou o gabinete do ministro.
A tutela indica ainda que "o ministro também reforçou o pedido junto da Inspeção".
A história desta licenciatura suspeita começa a 2 de dezembro de 2009, fora de qualquer período normal para finalização de um curso universitário. Em 2011, Rui Esteves volta a obter novo certificado de habilitações. Desta vez, já tinha frequentado quatro das 36 cadeiras do curso.
O comandante nacional operacional da Proteção Civil obteve equivalência a disciplinas como matemática, estatística e química sem nunca ter frequentado uma aula.
A equipa do Sexta às 9 foi a primeira a consultar as 30 páginas deste processo e verificou que nele não consta qualquer comprovativo da alegada "experiência profissional que fundamentou as equivalências a 90 por cento da licenciatura".
Das 30 páginas que fazem parte do processo, 14 são referentes às creditações. Foi mais um dado que fragilizou a posição já difícil de Rui Esteves como comandante Nacional da Proteção Civil.
Pela atual lei, o comandante nacional operacional da Proteção Civil não pode ocupar o cargo sem ter licenciatura.