1.º de Maio. CGTP acusa novo Governo de não querer ajudar os trabalhadores

por Inês Geraldo - RTP
Tiago Oliveira discursou em Lisboa Lusa

O líder da CGTP discursou esta quarta-feira na Alameda, em Lisboa, lembrando as vítimas da guerra na Palestina e criticou o Governo, acusando-o de apenas se interessar pelos interesses dos patrões. Tiago Oliveira declarou que o futuro não se avizinha fácil.

Começando a intervenção na capital com os direitos reprimidos dos palestinianos, Tiago Oliveira pediu um Estado da Palestina reconhecido pela comunidade internacional e o fim da guerra, que já tirou a vida a mais 30 mil palestinianos no Médio Oriente. “Paz sim, guerra não!”, exclamou o líder da CGTP.

Passando para os trabalhadores portugueses, Tiago Oliveira disse que o objetivo da CGTP é aumentar salários, acabar com a exploração laboral e aumentar pensões. Com um novo Governo em funções, os trabalhadores vão continuar a sentir várias dificuldades.

“Não nos enganemos. O futuro não se avizinha fácil para os trabalhadores, para os jovens, para os reformados”.
Tiago Oliveira lembrou o “brutal” aumento do custo de vida, acrescentando que os lucros das grandes empresas subiram. O líder da CGTP acusou o antigo Executivo PS de ter perpetuado a política contra os trabalhadores e afirmou que o novo Governo vai continuar a não respeitar os direitos dos trabalhadores.“A quem governa o país apenas interessam os interesses dos patrões. Conhecemos bem o Governo PSD/CDS. Conhecemos o seu passado e os seus objetivos para o futuro. Conhecemos bem o Programa de Governo e o que ele comporta. Comporta mais exploração, mais precariedade e menos salário”.

O líder da CGTP apontou que o aumento do salário médio que o novo Governo prometeu não interessa aos trabalhadores mas sim a outros.

“Sobre o emprego com direitos, o que se vê é a perpetuação do modelo de precariedade, de baixos salários que conduz os trabalhadores para uma vida de incerteza e de insegurança”.

Tiago Oliveira lembrou também que Portugal é o segundo país da União Europeia com maior número de vínculos precários e acusou o Governo atual de não querer resolver a “chaga social”.
UGT diz que país não pode começar do "zero"

Em declarações à RTP, Mário Mourão avisou que os compromissos da UGT não podem ser desfeitos devido à chegada de um novo Executivo. O líder da UGT diz que a obrigação da central sindical é para com o governo do país e não com uma cor partidária.
"É o Governo de Portugal que está sentado à mesa da Concertação Social. Não podemos aceitar que a cada novo Governo se vá partir do zero".

Mário Mourão pediu vontade para "mudar" e para fazer novas propostas para o futuro.
Partidos de esquerda pedem aumento dos salários

Presentes nas celebrações do Dia do Trabalhador em Lisboa, PS, BE, PAN e PCP defenderam o aumento dos salários para o futuro. Mariana Mortágua diz que os trabalhadores têm de fazer face a vários problemas como os salários baixos, horários longos e a precariedade.

“Queremos menos tempo de trabalho, melhores salários e condições mais estáveis de vida, porque no fim é só isso que procuramos para ter uma vida melhor e um futuro melhor. O país torna-se mais forte, cresce mais, é mais igual, se for capaz de pagar melhores salários, dar melhores condições de trabalho, dar mais estabilidade no emprego e também menos horas de trabalho”.

O PCP lembrou a demonstração de força de muitos trabalhadores neste 1.º de Maio e que as suas exigências “são justas”, pedindo assim que o novo Governo valorize quem trabalha.

“Era bom que o Governo, de uma vez por todas, cumprisse as promessas que fez a vários setores profissionais e deixasse de se submeter aos interesses de outros, nomeadamente Bruxelas, e se submetesse aos interesses da maioria”, declarou Paulo Raimundo.

Já o PS fez-se representar pela cabeça-de-lista às Eleições Europeias, Marta Temido, que falou no 1.º de Maio como uma “festa de celebração do trabalho” e de como o mesmo é estrutural para criar sociedades mais justas, garantindo que na agenda europeia o tema estará em destaque.

“Aquilo que a Europa assumiu e que Portugal traduziu para as suas metas nacionais em relação à taxa de emprego, em relação à taxa de população adulta a fazer formação que permita lidar com os novos desafios do mundo do trabalho, em relação à diminuição da pobreza, são desafios que não são só para ficar no papel”.
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