Proteção Civil devolve críticas à Administração Interna

por RTP
Rafael Marchante - Reuters

A Autoridade Nacional de Proteção Civil nega qualquer atraso no envio de estações móveis de comunicações para o incêndio de Pedrógão Grande. Segundo o Expresso, o presidente da ANPC garante em carta enviada ao secretário de Estado da Administração Interna que a entidade respondeu logo que teve conhecimento das falhas na rede SIRESP.

A resposta da ANPC surge depois de a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna ter apontado que a Proteção Civil não pediu "em tempo útil" uma estação móvel do sistema de comunicações. Segundo a SGMAI, o pedido da ANPC para ativar a estação móvel que permite a ligação ao SIRESP chegou pelas 21h15 do Secretário de Estado e às 21h29 pela ANPC.

“Nesse momento era já impossível ter a EM [estação móvel] em Pedrógão Grande a tempo de ajudar a minorar as ocorrências que resultaram em mortes”, frisa a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna no documento divulgado na terça-feira.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil vem agora rebater as críticas. Numa carta enviada ao Governo e citada pelo Expresso, o presidente da ANPC indica que só teve a primeira informação a dar conta da queda de três estações às 21h12. Estas seriam as estações de Serra da Lousã, Malhadas e Pampilhosa da Serra e não a de Pedrógão Grande.

Antena 1

O presidente da ANPC, Joaquim Leitão, indica que, em relação à estação de Pedrógão Grande, a comunicação à ANPC “só foi efetuada pela secretaria-geral da Administração Interna às 23h21 (cerca de quatro horas depois)”. A estação de Pedrógão Grande, lê-se no próprio relatório da SGMAI, esteve “intermitente entre as 19h38 e as 21h52”.

Na carta a que o Expresso teve acesso, a Proteção Civil considera por isso que deve ser explicado “o motivo para a não comunicação atempada à ANPC desse facto e o porquê de, nessa altura (19h38) não terem sido acionadas as estações móveis para a região afetada”.

Apesar de não ter sido oficialmente informado, a Proteção Civil diz que pediu a mobilização das estações móveis às 21h29, uma fez “que se verificavam falhas nas comunicações SIRESP na zona de Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos”.

Joaquim Leitão defende ainda que a Proteção Civil não poderia ter antecipado o pedido de ativação da estação móvel, uma vez que não monitoriza a rede SIRESP, “competência atribuída à Secretaria-Geral da Administação Interna”.
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