PSD questiona Governo por falta de anestesistas e cirurgias adiadas no Hospital de Chaves

por Lusa

Os deputados do PSD eleitos por Vila Real questionaram hoje a ministra da Saúde sobre a falta de anestesistas no Hospital de Chaves e pelo recente adiamento de cirurgias programadas para aquela unidade.

Na nota de imprensa, os sociais-democratas assinalam que "o problema da falta de anestesistas" no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), com sede em Vila Real e onde pertence o Hospital de Chaves "está a agravar-se".

"O mais recente episódio ocorreu esta quinta-feira quando foi divulgado que `a mudança de um anestesista que estava escalado para Chaves, para o Hospital de Vila Real à última da hora fez com que as cirurgias programadas para Chaves tivessem de ser adiadas e provocou a indignação` da população", refere o comunicado.

Nas questões enviadas ao ministério liderado por Marta Temido, o PSD questiona se "o teor da notícia referida supra é do conhecimento do Ministério da Saúde" e se sendo este "um problema conhecido o que é que o Ministério da Saúde pondera efetuar para fixar anestesistas nas Unidades do CHTMAD".

Os sociais-democratas questionaram ainda "quais os critérios/ motivos que levaram à transferência do anestesista da Unidade de Chaves para Vila Real", que "tipo de cirurgias estavam agendadas para a Unidade de Chaves nessa data" e se este é "um argumento a usar para limitar a produtividade do Bloco Operatório de Chaves e ponderar o encerramento".

"Embora haja conhecimento da falta de especialistas desta especialidade e de outras, a verdade é que nada se efetuou para se contornar esta situação", apontam os deputados.

O comunicado do PSD aponta que na quinta-feira a unidade hospitalar de Chaves tinha inúmeras cirurgias agendadas e estava escalado um anestesista para as fazer, mas "à última da hora, por decisão do Conselho de Administração do CHTMAD o anestesista foi chamado para a unidade hospitalar de Vila Real, onde um colega seu estava em falta".

O grupo parlamentar do PSD considera que "a população do Alto Tâmega está, assim, persistentemente, a ver os seus direitos de acesso ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) obstaculizados e, mais uma vez, esta notícia o veio comprovar".

Questionado pela Lusa sobre o adiamento de cirurgias no Hospital de Chaves na quinta-feira, o CHTMAD explicou que "houve uma necessidade pontual de reorganização da atividade cirúrgica programada na Unidade Hospitalar de Chaves".

"Mais se informa que a remarcação das cirurgias canceladas, identificadas como prioritárias, serão remarcadas próxima semana, as restantes com a maior brevidade possível", assegurou ainda na resposta por escrito.

Os deputados do PSD alertam ainda no comunicado que "além da falta de anestesistas, os profissionais das especialidades cirúrgicas encontram-se desmotivados, o que poderá levar à sua saída, a qual, por sua vez, poderá condicionar a viabilidade da urgência médico-cirúrgica em Chaves e comprometer o funcionamento das especialidades cirúrgicas em todas as Unidades".

"Se não se realizam cirurgias a lista de espera de doentes que aguardam cirurgia cresce e há a necessidade de transferir doentes para outro hospital", apontam.

E acrescentam que "por causa da pandemia de covid-19, houve uma quebra na atividade assistencial e no que diz respeito às cirurgias programadas para o SNS, registou-se um decréscimo de 5,3%".

"Esta pandemia obrigou os hospitais a procedimentos e rotinas bem delineadas como por exemplo a realização de testes de despistagem de doentes antes da cirurgia. O adiamento da cirurgia tem implicações não só na reprogramação das mesmas, mas também no agravamento da patologia de base, na ansiedade do utente bem como implicações no seio familiar", referem ainda os deputados no comunicado.

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