Retrato de Portugal. Menos população, mais idosos e mais imigrantes

por RTP
Rafael Marchante - Reuters

No Dia Mundial da População, que se assinala esta quinta-feira, a base de dados Pordata divulgou um novo “Retrato de Portugal” para demonstrar a evolução do país nos últimos dez anos. A diminuição da população portuguesa, o envelhecimento, o aumento da escolaridade e a subida do número de imigrantes são alguns dos pontos fortes da análise.

Contrariando o saldo positivo que existiu há uma década, no ano passado o país perdeu 14,4 mil pessoas. O saldo natural (diferença entre número de mortes e de nascimentos) foi o mais baixo desde 2008.

O valor pode ser explicado pelo aumento da esperança de vida dos 78,7 anos para os 80,8, esperança essa que poderá ter contribuído para a evolução do índice de envelhecimento. Existem agora mais 18,3 por cento de idosos em Portugal.

Para cada 100 jovens no país, existem atualmente 157 idosos, quando há uma década o número se fixava nos 115.

Ainda de acordo com a Pordata, o número de imigrantes aumentou para 43 mil, mais 13 mil do que há dez anos. No entanto, o número de cidadãos a sair do país também subiu, fixando-se nos 31 mil em 2018, mais 11 mil do que em 2008.
Menos casamentos católicos
O “Retrato de Portugal” revela ainda que os nascimentos fruto de pais não casados aumentaram em 20 por cento e que 19 por cento destes pais não viviam juntos.

Aumentou também o número de crianças nascidas de pais que já tinham filhos de outros relacionamentos, representando 17 por cento do total de nascidos, contra 12 por cento há dez anos.

“Assistiu-se, entre 2008 e 2018, a um aumento das famílias de uma pessoa (em 37 por cento), de famílias monoparentais (em 47 por cento) e de casais sem filhos (14 por cento)”, revela a base de dados. “Por sua vez, decresceram os casais com filhos (em nove por cento)”.

O número de casamentos diminuiu em nove mil e cerca de dois por cento dos matrimónios em 2018 foram entre pessoas do mesmo sexo, não existindo comparação com a década anterior, altura em que ainda não era permitido.

Houve menos casamentos católicos do que civis, com apenas um em cada três casamentos a realizarem-se pela Igreja. Os casamentos católicos diminuíram em 12 pontos percentuais face a 2008.
Aumento da escolaridade
a taxa de risco de pobreza reduziu ligeiramente, fixando-se nos 17 por cento. Das pessoas em risco, 19 por cento tem menos de 18 anos e 18 por cento tem 65 ou mais anos.

Em dez anos, diminuiu ainda em 11 pontos percentuais a população apenas com o ensino básico, e que houve uma descida de 23 por cento na taxa de abandono escolar.

Quanto à Saúde, os números foram a subir. Em 2018 estavam registados na Ordem dos Médicos quase 52 mil profissionais e, na Ordem dos Enfermeiros, 71,6 mil. Face a 2008, o aumento foi de mais de 14 mil médicos e de cerca de 17,5 mil enfermeiros.

c/ Lusa
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