Segundo dia de manifestações marcado por promessa de nova reunião com ministra
No final do segundo dia de protestos, apenas o Movimento dos Agricultores do Baixo Alentejo mantinha pelas 21h45 o braço de ferro com a tutela, exigindo uma reunião presencial com a ministra Maria do Céu Antunes.
"Vamos ter uma reunião no Ministério da Agricultura no dia 08 de fevereiro com a ministra [da Agricultura, Maria do Céu Antunes] e o secretário de Estado [da agricultura, Gonçalo Rodrigues]", disse o seu porta-voz, João Calhau.
Grândola. Agricultores alentejanos recusam acordo
"Papéis assinados não são efetivados", queixou-se, apontando ainda a elevada carga burocrática que têm de suportar entre outros motivos de protesto.
Agricultores franceses desmobilizaram, holandeses e belgas endureceram a luta
Protesto dos agricultores estendeu-se de Lamego a Estarreja e Alentejo
Agricultores e Governo ainda sem acordo
Agricultores mantêm bloqueio em Serpa junto à fronteira
António Veríssimo, porta-voz do Movimento dos Agricultores do Baixo Alentejo, afirmou que estes fazem questão de se reunirem presencialmente com a ministra da Agricultura ou com o primeiro-ministro e até conseguirem essa exigência deverão manter o bloqueio da EN260 junto à fronteira com Espanha.
Confirmada a desmobilização do protesto em Coimbra
Os agricultores do Baixo Mondego aceitaram desbloquear o centro de Coimbra depois de algumas cedências da tutela e do compromisso de nova reunião para a semana.
Coimbra. Terminou reunião com a ministra, agricultores aceitam novo encontro para a semana
Foram aceites algumas das reivindicações dos agricultores reunidos em Coimbra. A RTP acompanhou em direto a sua comunicação aos manifestantes.
A governante também acedeu a discutir no terreno questões específicas como as culturas do milho e do arroz no Baixo Mondego, aquando da sua deslocação à região, na próxima semana, em dia a anunciar.
João Grilo, porta-voz do movimento de agricultores e que participou na reunião, disse que, segundo a ministra, Portugal, tal como França, também pretende a revisão do acordo da União Europeia com o Mercosul, questão que faz igualmente parte do caderno reivindicativo dos agricultores.
Serpa. Manifestantes mantêm bloqueio junto à fronteira
Em Vila Verde de Ficalho, Serpa, onde bloquearam a EN260 junto à fronteira com Espanha, os agricultores exigem falar com a tutela antes de desmobilizaram.
Coimbra. Agricultores mantêm protestos
No centro de Coimbra, os repórteres Paula Costa e Paulo Oliveira testemunham que prossegue o bloqueio da Avenida Fernão de Magalhães.
Lamego. Agricultores desmobilizam por agora admitindo voltar a protestos
Os repórteres da RTP, Fátima Pinto e Miguel Carvalhães, presenciaram em Lamego as exigências dos manifestantes, que começaram por recusar desmobilizar o protesto apesar do acordo alcançado na reunião com a ministra da Agricultura.
"Vamos ter uma reunião no Ministério da Agricultura no dia 08 de fevereiro com a ministra [da Agricultura, Maria do Céu Antunes] e o secretário de Estado [da agricultura, Gonçalo Rodrigues]", disse à agência Lusa João Calhau.
Com este agendamento, "por parte do chefe de gabinete da ministra" da Agricultura, os fruticultores decidiram "abandonar o acesso à A24, em Lamego" onde começaram a concentrar-se por volta das 12:00 de hoje.
"A PSP e a GNR desviarem o trânsito por vias alternativas, mas nós não íamos desmobilizar sem que tivéssemos alguma coisa de concreto, uma resposta e ela chegou após um contacto com o Ministério da Agricultura", assegurou.
Neste sentido, por volta das 16:30, os fruticultores com cerca de 120 veículos agrícolas começaram a abandonar o acesso à A24, em Lamego, para regressarem aos concelhos de origem como Lamego, Moimenta da Beira, Armamar e Tarouca, no distrito de Viseu.
À reunião a Lisboa, adiantou, irão representantes dos "vários setores" frutícolas, assim como "dos vários concelhos" afetados pelos mesmos problemas.
O protesto de hoje em Lamego foi motivado pelos "graves problemas" do setor frutícola da região, como, por exemplo, da maçã e da vinha, disse à agência Lusa João Calhau.
Entre esses problemas, estão "os seguros das colheitas que além de não ser benéfico está atrasado sete meses", em relação aos últimos prejuízos, em maio de 2023, causados pela geada e pelo granizo.
Os fruticultores também estão preocupados com "o sistema de proteção de colheitas contra as geadas e granizo" cujo aviso de candidaturas ao Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) "já devia ter saído há seis meses".
"Para podermos investir na proteção de colheitas, com o antigeadas e antigranizo, para evitar os problemas dos últimos anos", sublinhou, indicando que se está novamente "na altura da floração, uma fase crucial, e nada", o que indica "problemas na próxima colheita".
Outro problema "gravíssimo" do setor "é o preço da produção, ou seja, em cerca de três anos os custos duplicaram, quer os produtos fertilizantes, os fitofármacos, a eletricidade ou o gasóleo".
"Tudo isto fez disparar o custo da produção e já não conseguimos. Um agricultor é um triste, não vive com dignidade", lamentou.
A produção "aumentou o custo, mas não foi valorizada", lembrou João Calhau, indicando que "há 20 anos o preço da maçã rondava os 25 cêntimos e hoje permanece, quando os custos de produção estão muito, mas muito mesmo, superiores".
"É que nem sequer está em causa uma redução de lucro, é mesmo um problema de pagar a produção, ou seja, de ano para ano as nossas dívidas aumentam e a nossa dignidade diminui", apontou.
Com os fruticultores, acrescentou, "estão os parceiros do leite que não conseguem ter uma vida constante, porque há uma alteração constante ao valor do leite".
O Governo avançou com um pacote de ajuda de mais de 400 milhões de euros destinados a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), garantindo que a maior parte das medidas entra em vigor este mês, com exceção das que estão dependentes de `luz verde` de Bruxelas.
A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros a 26 de fevereiro.
Os protestos dos agricultores portugueses são organizados pelo Movimento Civil de Agricultores, que se juntou às manifestações que têm ocorrido em outros países europeus, incluindo França, Grécia, Itália, Bélgica, Alemanha e Espanha.
Câmara de Alcochete pede desmobilização de agricultores após reunião com Governo
Rui Minderico - Lusa
Vila Franca de Xira e Alcochete. Agricultores preparam-se para desmobilizar
Os manifestantes vão analisar as últimas decisões tomadas por outros grupo do Movimento Civil, assim como as conclusões da reunião com a ministra da Agricultura.
Agricultores em videoconferência com a ministra
Ministra da Agricultura compromete-se a reunir novamente com agricultores na próxima semana
"Há um compromisso por parte da sra. ministra de encontrar algumas respostas e de nos voltarmos a encontrar na próxima semana. Até lá, vamos aguardar", disse no final aos jornalistas José Estêvão, um dos representantes dos agricultores da região.
José Estêvão foi um dos participantes na reunião por videoconferência que representantes dos agricultores dos concelhos de Alcochete, Moita e Montijo tiveram com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e que decorreu na Câmara Municipal de Alcochete, no distrito de Setúbal.
Questionado pelos jornalistas, o representante dos agricultores considerou que as garantias de um novo encontro e de que o Governo vai encontrar respostas é suficiente para suspender os protestos, mas frisou que a decisão final cabe aos agricultores.
"Quanto a mim, mas isso ainda vai ser debatido entre todos, [essas garantias] são suficientes para suspender, não acabar, mas suspender", afirmou, acrescentando que essa "é uma decisão de todos os agricultores".
Desde quinta-feira que os agricultores portugueses se têm manifestado pela valorização do setor e condições justas, tal como tem acontecido em outros pontos da Europa.
O Governo avançou com um pacote de ajuda de mais de 400 milhões de euros destinados a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), garantindo que a maior parte das medidas entra em vigor este mês, com exceção das que estão dependentes de `luz verde` de Bruxelas.
A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros em 26 de fevereiro.
Os protestos dos agricultores portugueses são organizados pelo Movimento Civil de Agricultores, que se juntou às manifestações que têm ocorrido em outros países europeus, incluindo França, Grécia, Itália, Bélgica, Alemanha e Espanha.
Já não estão condicionados acessos à Ponte Vasco da Gama
Protestos na fronteira de Vila Verde de Ficalho
Acessos à A1 e A29 em Estarreja cortados devido aos protestos
Junto à rotunda da Estrada Nacional (EN) 109 que dá acesso às duas autoestradas, a circulação esteve completamente parada durante algumas horas num dos sentidos de circulação, rumo a Estarreja, e no sentido inverso circulavam mais de 100 tratores em marcha lenta, impedindo o acesso à A1 e à A29.
No local, a Lusa constatou que a GNR tem tentado dissuadir os agricultores de parar as marchas, mas o bloqueio das vias rodoviárias tem sido praticamente efetivo.
Os agricultores presentes nestes acessos aguardam ainda a chegada de mais tratores para se juntarem à marcha lenta.
Os agricultores com mais de 100 tratores e máquinas agrícolas iniciaram cerca das 11:00 uma marcha lenta na Estrada Nacional (EN) 109 em Estarreja, num protesto para exigir preços justos à produção.
Organizado pela União de Agricultores e Baldios do Distrito de Aveiro (UABDA), o protesto surge um dia depois de o Governo ter garantido que a maior parte das medidas do pacote de apoio aos agricultores portugueses, que foi anunciado na quarta-feira, com mais de 400 milhões de euros de dotação, entra em vigor ainda este mês, com exceção das que estão dependentes de `luz verde` de Bruxelas.
Os protestos dos agricultores portugueses são organizados pelo Movimento Civil de Agricultores, que se juntou às manifestações que têm ocorrido em outros países europeus, incluindo França, Grécia, Itália, Bélgica, Alemanha e Espanha.
A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros a 26 de fevereiro.
Protestos no centro de Coimbra
Agricultores concentrados entre Benavente e Porto Alto
Centenas de agricultores concentrados
Agricultores aguardam fim da reunião com a ministra
Mais de 100 veículos agrícolas cortam acesso à A24 em Lamego
"Não temos as mesmas preocupações que os agricultores na maioria do país, mas temos problemas muito graves na fruticultura aqui da zona e que não existem noutras regiões", disse à agência Lusa João Calhau.
Os produtores de frutas, como a maçã, mas também na vinha, por exemplo, que se estão a concentrar, são de Lamego, Moimenta da Beira, Armamar e Tarouca, concelhos do distrito de Viseu.
Entre os problemas mais graves, enumerou João Calhau, estão os prejuízos causados pela geada e pelo granizo e também a questão do seguro de colheitas.
"Do seguro, que pagamos, cerca de 45% já fica lá, porque é 20% de franquia, 20% de prémio e 05% de áreas não cobertas, ou seja, de um seguro que teoricamente seria benéfico, não é. Pior ainda é o atraso no pagamento que, em alguns casos, é de sete meses", contou.
O seguro em atraso, esclareceu, diz respeito "aos prejuízos causados pela geada e pelo granito em maio de 2023 e ainda nem sequer chegou o reembolso".
"E temos outro problema, os seguros têm de ser alterados e esse é um dos nossos pedidos, porque não é esta a forma de nos ajudar. Sabemos que há uma grande comparticipação do Estado e nós pagamos muito e não temos nenhum benefício", reforçou.
Outro dos problemas graves que afetam os fruticultores tem a ver com "o sistema de proteção de colheitas contra as geadas e granizo".
"Há seis meses que aguardamos o aviso de abertura de candidaturas ao PDR [Programa de Desenvolvimento Rural] para podermos investir na proteção de colheitas, com o antigeadas e antigranizo, para evitar os problemas dos últimos anos", descreveu.
João Calhau disse que da "última reunião com o secretário de Estado soube-se que os avisos estariam publicados até outubro, mas o que é certo é que não saíram e já está novamente na altura da floração, uma fase crucial" para os fruticultores.
"Nós precisamos de estar protegidos e ainda não há nada, porque nem as candidaturas conseguimos submeter. Se não fizermos nada, se não conseguirmos instalar os sistemas de proteção, vai haver problemas na próxima colheita", alertou.
Neste sentido, adiantou que "este é outro pedido" que os fruticultores querem "ver atendido, porque, de outra forma, os veículos não saem do acesso à A24 enquanto não houver quem dê respostas, nomeadamente sobre a abertura de candidaturas".
Este fruticultor acrescentou ainda que "outro problema gravíssimo" do setor "é o preço da produção, ou seja, em cerca de três anos os custos duplicaram, quer os produtos fertilizantes, os fitofármacos, a eletricidade ou o gasóleo".
"Tudo isto fez disparar o custo da produção e já não conseguimos. Um agricultor é um triste, não vive com dignidade", lamentou.
O custo de produção leva a um "problema constante, ou seja, a valorização dos produtos, que não existe", destacou João Calhau, que lembrou "há 20 anos o preço da maçã rondava os 25 cêntimos e hoje permanece, quando os custos de produção estão muito, mas muito mesmo, superiores".
"É que nem sequer está em causa uma redução de lucro, é mesmo um problema de pagar a produção, ou seja, de ano para ano as nossas dívidas aumentam e a nossa dignidade diminui", apontou.
Com os fruticultores, acrescentou, "estão os parceiros do leite que não conseguem ter uma vida constante, porque há uma alteração constante ao valor do leite".
O Governo avançou com um pacote de ajuda de mais de 400 milhões de euros destinados a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), garantindo que a maior parte das medidas entra em vigor este mês, com exceção das que estão dependentes de `luz verde` de Bruxelas.
A Comissão Europeia vai preparar uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos 27 Estados-membros a 26 de fevereiro.
Os protestos dos agricultores portugueses são organizados pelo Movimento Civil de Agricultores, que se juntou às manifestações que têm ocorrido em outros países europeus, incluindo França, Grécia, Itália, Bélgica, Alemanha e Espanha.
Produtores do Baixo Mondego dialogam com ministério às 14h00
Um dos promotores da manifestação, João Monteiro Grilo, disse à agência Lusa que a delegação dos produtores do Baixo Mondego, incluindo ele e o colega Carlos Plácido, foi avisada do encontro por responsáveis da Direção Regional de Agricultura do Centro (DRABL).
"Não sabemos se a própria ministra da Agricultura vai participar", afirmou, indicando que a reunião, a partir das instalações da DRABL, na Baixa de Coimbra, "será com o gabinete" de Maria do Céu Antunes.
João Grilo reafirmou que os manifestantes, com cerca de 250 tratores agrícolas, "não sairão" do local, na avenida Fernão de Magalhães junto à sede da DRABL, "sem discutir o documento" com as reivindicações que foi entregue a esta entidade regional.
"Demonstrámos que estamos vivos, que o Vale [do Mondego] existe e que aqui há agricultores dispostos a lutar pelas suas atividades", declarou pouco antes Carlos Plácido.
Falando aos manifestantes em cima de uma furgoneta parada em plena avenida Fernão de Magalhães, assegurou que, independentemente do resultado da reunião desta tarde com o Ministério da Agricultura, as centenas de agricultores envolvidos no protesto "não vão desarmar".
Marcha lenta em Aveiro por condições justas e valorização da atividade
Representantes dos agricultores aguardam ministra em Alcochete
Agricultores em direção à Câmara de Alcochete
Tratores estacionados em Coimbra há quase 24 horas
Ministra da Agricultura reúne-se com manifestantes por videoconferência em Alcochete
Segundo disse à Lusa o autarca, a reunião vai realizar-se a partir das 12:15, estando prevista a presença dos agricultores para a reunião nas instalações da Câmara Municipal de Alcochete, no distrito de Setúbal.
Centenas de agricultores voltaram hoje a manifestar-se em várias regiões do país.
Na margem sul, estão a condicionar o trânsito nos acessos à ponte Vasco da Gama.
Os protestos dos agricultores portugueses foram organizados pelo Movimento Civil de Agricultores, que se juntou às manifestações que têm ocorrido noutros pontos da Europa.
Na quarta-feira, o Governo avançou com um pacote de ajuda aos agricultores, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), que não travou os protestos agendados para hoje, de Norte a Sul do país.
Segundo a informação disponibilizada na quinta-feira à Lusa, a maior parte das medidas que integra o pacote de apoio entra em vigor ainda este mês, com exceção das que estão dependentes de `luz verde` de Bruxelas.
No contexto europeu, a Comissão Europeia vai preparar com a presidência semestral belga do Conselho da UE uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos ministros da Agricultura dos 27 Estados-membros do bloco europeu no próximo dia 26 de fevereiro
Agricultores concentram-se em Estarreja em protesto
Agricultores em Serpa bloqueiam estradas junto à fronteira com Espanha
Saída da A33 com acesso à Ponte Vasco da Gama vigiada pela GNR
Manifestantes em Ficalho querem respostas de "alguém próximo" do PM
"A decisão que está em cima da mesa, neste momento, é continuarmos aqui e ainda mais convictos e mais firmes do que ontem", ou seja, na quinta-feira, disse à agência Lusa António João Veríssimo, do Movimento Civil Agricultores de Portugal.
O agricultor afiançou já ter tido hoje "vários contactos" e saber que "mais gente" vai a caminho de Vila Verde de Ficalho, onde está cortada, desde as 03:00 de quinta-feira, a Estrada Nacional 260 (EN260), a poucos quilómetros da fronteira com a localidade espanhola de Rosal de La Frontera (Andaluzia).
"Não estamos de forma alguma cansados. Estamos é motivados para estar aqui e para que saiam daqui resultados e as pessoas começam a acreditar que tem que ser por aqui, esta [o protesto] é a única arma que temos" para ser ouvidos, argumentou.
Insistindo que os agricultores não desmobilizam junto daquela fronteira, em que tratores e máquinas agrícolas estão atravessados na EN260 a cortar o trânsito, António João Veríssimo reclamou que é preciso que "alguém próximo do primeiro-ministro" se desloque ali ou, pelo menos, à distância, dialogue com eles.
"Nós não saímos daqui enquanto não tivermos respostas concretas e tem que ser [de] alguém próximo do senhor primeiro-ministro", que "ainda é a pessoa que pode pôr aqui `água na fervura` nesta situação que estamos a viver", disse.
Quanto à ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, os manifestantes não querem falar com a governante: "A nossa ministra não tem credibilidade para negociar connosco. Nós não acreditamos no que ela diz. Já fomos enganados demasiadas vezes".
Perante a paralisação dos agricultores pelo país, o Governo adiantou à Lusa, na quinta-feira, que a maior parte das medidas do pacote de apoio anunciado para o setor, no dia anterior, com mais de 400 milhões de euros de dotação, entra em vigor ainda este mês, com exceção das dependentes de `luz verde` de Bruxelas.
Na quarta-feira, o Governo avançou com um pacote de ajuda aos agricultores, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), que não travou os protestos, que acabaram por ser desmobilizados em diversos locais, na quinta-feira à noite, mas prosseguiram noutras zonas, como Ficalho.
Segundo António João Veríssimo, os agricultores concentrados nesta fronteira alentejana reclamam, "no imediato", mais apoios para a seca, pois "os espanhóis receberam três vezes mais" do que os portugueses, e "a reposição do pagamento dos 35% da agricultura biológica e dos 25% da produção integrada".
Outras reivindicações, que o porta-voz do movimento de agricultores reconhece que terão de ser resolvidas com mais tempo, incluem a revisão do PEPAC ou a reversão da integração das direções regionais de Agricultura nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional.
Constrangimentos na Ponte de Vila Franca de Xira devido a protesto
"A informação que dispomos é que está condicionada. As forças de segurança estão a coordenar uma marcha lenta de tratores na Ponte de Vila Franca de Xira [que faz a ligação entre este concelho do distrito de Lisboa e o concelho de Benavente, no distrito de Santarém]", disse.
Entretanto, fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR) disse à Lusa que a Reta do Cabo (que liga a freguesia do Porto Alto, no concelho de Benavente, à Ponte Marechal Carmona) está também com constrangimentos devido à marcha lenta dos agricultores.
Também na A33, na zona de Alcochete, no distrito de Setúbal, estão a registar-se constrangimentos na circulação devido à marcha lenta de agricultores, que começou cerca das 06:00.
De acordo com fonte da GNR, a circulação na Ponte Vasco da Gama e os seus acessos está a fazer-se com normalidade.
De acordo com a GNR, às 09:45 mantinham-se bloqueadas pelos agricultores a Estrada Nacional 260 (EN260) junto à fronteira de Vila Verde de Ficalho e a Estrada Municipal 520, no distrito de Beja, que liga a Espanha.
Os agricultores paralisaram na quinta-feira importantes vias de norte a sul do país, incluindo fronteiras, com alguns dos movimentos a começarem a desmobilizar à noite, após garantias sobre os apoios anunciados pelo Governo.
O protesto foi organizado pelo Movimento Civil de Agricultores e juntou-se às manifestações que têm ocorrido noutros pontos da Europa.
Na quarta-feira, o Governo avançou com um pacote de ajuda aos agricultores, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), que não travou os protestos agendados para hoje, de Norte a Sul do país.
Segundo a informação disponibilizada quinta-feira à Lusa, a maior parte das medidas que integra o pacote de apoio entra em vigor ainda este mês, com exceção das que estão dependentes de `luz verde` de Bruxelas.
No contexto europeu, a Comissão Europeia vai preparar com a presidência semestral belga do Conselho da UE uma proposta para a redução de encargos administrativos dos agricultores, que será debatida pelos ministros da Agricultura dos 27 Estados-membros do bloco europeu no próximo dia 26 de fevereiro.
Agricultores do Baixo Mondego continuam estacionados em avenida de Coimbra
Tratores em Alcochete. Agricultores mantêm marcha lenta no IC32
Os agricultores, que estão no segundo dia de protestos, dizem que não "arredam pé" enquanto não tiverem resposta por parte do Governo às reivindicações.
Daniel Pacífico, do Movimento Civil dos Agricultores, afirmou à RTP que espera reunir ainda esta seta-feira com a ministra da Agricultura.
"Precisamos urgentemente que comecem a passar licenças para fazer furos, precisamos urgentemente que controlem a diferença entre a produção e o consumo e o preço do gasóleo".
Tratores em Sarilhos Grandes
Manifestantes em Coimbra prometem manter protesto
"Só saímos daqui quando tivermos uma resposta às nossas reivindicações", disse à agência Lusa um dos dinamizadores da manifestação, Carlos Plácido.
O agricultor, que tem explorações agrícolas nos concelhos de Coimbra e Montemor-o-Velho, no Baixo Mondego, adiantou que se mantiveram durante a noite na avenida Fernão de Magalhães cerca de 250 tratores e outros veículos.
Às 08:00, os manifestantes efetuaram um buzinão e prometeram repetir de hora a hora o mesmo ruído de protesto.
A circulação naquela avenida está cortada entre a rotunda da rodoviária e a rotunda da Cindazunda nos dois sentidos, sendo apenas possível a circulação para veículos de emergência e de socorro.
Estes agricultores entregaram na quinta-feira um caderno reivindicativo na Direção-Geral de Agricultura e Pescas, mas ainda não receberam resposta.
A maior parte das medidas do pacote de apoio aos agricultores portugueses, que foi anunciado na quarta-feira, com mais de 400 milhões de euros de dotação, entra em vigor ainda este mês, anunciou na quinta-feira o Governo.
Vários manifestantes que na quinta-feira estiveram por todo o país acabaram por desmobilizar ao início da noite, depois de se terem concentrado de madrugada, mas em Coimbra e em outros locais ainda se mantêm os protestos.
Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.
Dispositivo policial impede passagem de tratores aos acessos à ponte Vasco da Gama
Constrangimentos de trânsito na A33 entre a Caparica e Alcochete
"Na A33 está a haver um acompanhamento por parte da GNR à manifestação de agricultores que ainda decorre e existem alguns constrangimentos de trânsito naquela via. Esclarecemos que não há cortes, nem condicionamentos quer na Ponte Vasco da Gama quer nos seus acessos", disse à Lusa o capitão João Lourenço, das Relações Públicas da Guarda Nacional Republicana (GNR).
"Numa fase inicial e por uma questão de precaução foram interditos alguns acessos pelas portagens da Ponte Vasco da Gama, mas já foram dadas indicações para que sejam reabertos. Temos é militares posicionados em vários pontos. Estamos a acompanhar o movimento dos agricultores para que não haja qualquer tipo de constrangimentos na Vasco da Gama", contou.
O capitão João Lourenço disse ainda que a GNR não está a recomendar o desvio do trânsito para a Ponte 25 de Abril, mas apenas a recomendar prudência na condução aos automobilistas na A33.
C/Lusa
Trânsito lento no Montijo
Agricultores do Baixo Mondego bloqueiam avenida em Coimbra
Trânsito mais condicionado na A33 até à ponte Vasco da Gama
Foi destacado um forte dispositivo policial, para acompanhar as três colunas de tratores em protesto.
Trânsito a fluir na A33
Acessos condicionados no sentido sul-norte
Fonte da GNR adiantou ainda à agência noticia que, cerca das 6h40, permanecia bloqueada pelos agricultores a Estrada Nacional 260 junto à fronteira de Vila Verde de Ficalho, no distrito de Beja.
Protesto concentra-se na Ponte Vasco da Gama
Na quinta-feira, milhares de agricultores mobilizaram-se de norte a sul do país. O protesto foi organizado pelo Movimento Cívico dos Agricultores.
Os agricultores invocam vários motivos para este protesto. Exigem a valorização do sector e criticam o Governo por causa do corte nos apoios da Política Agrícola Comum. Garantem que os custos de produção aumentaram e que a guerra na Ucrânia e no Médio Oriente afetaram o sector.
Além disso, muitos foram forçados a adaptar as culturas para uma produção mais ecológica e deveriam ter recebido apoios no quadro do PEPAC - ao invés, sofreram cortes de 35 por cento.A Confederação de Agricultores de Portugal adverte para um problema profuno no sector. Por sua vez, a Confederação Nacional da Agricultura acusa o Governo de ter anunciado como novidades medidas que já estavam inscritas no Orçamento do Estado. E a CONFAGRI considera que o Executivo deveria ter ir mais longe.
A ministra da Agricultura anunciou várias medidas de apoio aos agricultores, como linhas de crédito sem juros e outras ajudas tendo em vista mitigar os efeitos da seca.
Maria do Céu Antunes explicou ainda que haverá uma ajuda para o combustível agrícola e que os agricultores poderão aceder aos apoios já nos próximos dias.
Todavia, o Movimento Cívico dos Agricultores reitera que não foram cumpridas as promessas, pelo que os protestos vão prosseguir.
O sector agrícola português
Há cada vez menos agricultores em Portugal. São agora 650 mil, ou seja, 6,5 por cento da população. Há perto de 30 anos eram um milhão e 500 mil.
O rendimento mensal médio de um trabalhador agrícola é de 823 euros, menos 21 por cento do que a média de quem trabalha por conta de outrém. Em 2021, a riqueza criada pelo sector da agricultura situou-se em 3,5 mil milhões de euros: 1,7 por cento do Produto Interno Bruto.
Protesto dos agricultores pode avançar sobre a capital
Após acordo com Governo. Protestos dos agricultores terminaram no Caia e Vilar Formoso
Apesar do compromisso de que os agricultores vão receber as ajudas na totalidade, alguns dizem que é pouco e querem garantias de que estes apoios se prolongam pelos próximos anos e não apenas este ano.
Assim sendo, muitos agricultores desmobilizaram, mas outros mantêm as manifestações.
Agricultores queixam-se da falta de apoios do Governo
Foto: Nuno Veiga - Lusa