Sindicatos dos médicos explicam motivos da greve desta semana

por RTP
FNAM e SIM convocaram uma greve para os próximos três dias, que visa denunciar a degradação do Serviço Nacional de Saúde Reuters

A Federação Nacional de Médicos e o Sindicato Independente dos Médicos publicam na imprensa uma mensagem em que explicam os motivos da greve de três dias que começa terça-feira. De acordo com a FNAM e o SIM, as negociações falhadas com o Ministério da Saúde são a principal razão para o protesto.

Uma das grandes críticas das duas estruturas ao Governo prende-se com a contratação de serviços temporários que não permitem a formação adequada dos médicos mais novos. A greve dos médicos visa também reivindicar a revisão das carreiras e das grelhas salariais.

“Um dos argumentos do Ministério da Saúde é que não há dinheiro para implementar as medidas propostas pelos sindicatos. No entanto, o Ministério gasta 120 milhões de euros com serviços de empresas de trabalho médico temporário, em vez de abrir concursos atempados para a contratação dos médicos especialistas necessários para o SNS”.

De acordo com a classe, este facto leva a que os utentes não sejam bem atendidos, em hospitais que se encontram “perto da rotura”. É assim pedido que sejam descongeladas carreiras para qualificar os médicos mais novos.

“Para termos médicos mais qualificados nos serviços, é preciso descongelar as carreiras. Só com mais médicos qualificados é possível formar médicos mais novos. Estes médicos mais novos precisam de ter acesso a vagas no internato médico, para não os deixar sem formação”, pode ler-se na mensagem publicada na imprensa desta segunda-feira.

Por estas razões, a FNAM e o SIM convocaram uma greve para os próximos três dias, que visa denunciar a degradação do Serviço Nacional de Saúde.

Ambas as partes lembram que a decisão se deve a dois anos de negociações falhadas com o Governo e pedem a abertura de concursos para mais médicos serem contratados, mais médicos de família para que os utentes tenham maiores tempos de consulta e um máximo de 12 horas de trabalho nas urgências.
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