O suspeito de planear um ataque a Marcelo Rebelo de Sousa é presente esta quarta-feira ao juiz de instrução criminal no Campus da Justiça, em Lisboa. O homem, cadastrado e procurado desde outubro, data em que remeteu uma carta com uma bala à Presidência da República, foi detido na terça-feira pela Polícia Judiciária. A missiva continha uma ameaça de morte e a exigência do pagamento de um milhão de euros.
Em comunicado divulgado na terça-feira, a Polícia Judiciária adiantou que o detido é “suspeito da prática dos crimes de coação agravada, de extorsão na forma tentada e de detenção de arma proibida”, com base em factos ocorridos a 26 de outubro de 2022 e também investigados pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa. “Uma aturada investigação por parte da Unidade Nacional Contra Terrorismo, permitiu chegar à identificação do presumível autor da prática dos mencionados crimes, tendo nesta data sido realizada uma busca à residência deste, e a apreensão de vários elementos de prova”, indicou a Judiciária.
Carta “sui generis”
Na reação à detenção do suspeito, o presidente da República disse ter desvalorizado a ameaça de morte que recebeu em outubro, considerando-a "sui generis" por incluir número de telefone e conta bancária.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “estava fora” quando a carta chegou à Casa Civil da Presidência.
“Vim a saber mais tarde, mas não vi a carta, que pedia uma quantia avultada, que aliás eu não teria, um milhão de euros, e que dava um número de telefone e dava uma conta bancária. Depois não acompanhei mais o processo, porque entendi que era uma forma de ameaça muito sui generis, a pessoa identificar-se dizendo o que queria”, continuou.
A carta, precisou Marcelo, não apresentava “uma ameaça política”, mas antes “um pedido, uma solicitação de dinheiro”, e incluía “elementos muito específicos, como seja: é para depositar aqui e o contacto ser aquele”.
“Desvalorizei, claro. Mas respeito as intervenções das autoridades competentes”, concluiu.
A 17 de novembro, depois de o Correio da Manhã noticiar a carta com a ameaça, o chefe de Estado dizia que não dar “grande importância” a tais situações: “Normalmente, há o caso da perturbação ou nem é possível investigar o que se trata porque são cartas anónimas e, portanto, aqui também não porque estava fora. Estando fora, os serviços entenderam comunicar à Policia Judiciária”.
Marcelo Rebelo de Sousa revelou que “o período de maior intensidade de ameaças foi talvez em 2017, na altura dos fogos, 2017, 2018, e depois passou a ser muito raro”.
c/ Lusa
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