Os dois homens detidos na sexta-feira, em Queluz de Baixo, Oeiras, após uma perseguição policial depois de assaltarem uma carrinha de transporte de valores, em Lisboa, ficaram em prisão preventiva, informou hoje a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.
No momento em que a viatura dos suspeitos foi intercetada em Queluz de Baixo, no concelho de Oeiras, os homens abalroaram a viatura policial, provocando ferimentos em três polícias, que tiveram de receber tratamento hospitalar, disse, na sexta-feira, fonte da Direção Nacional da PSP à agência Lusa.
Os dois homens foram presentes ao juiz de instrução criminal que lhes aplicou a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva, "atendendo aos perigos de continuação da atividade criminosa, receio fundado de fuga, de perturbação do inquérito e da ordem pública", refere a nota publicada na página da internet da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).
Os arguidos, indiciados dos crimes de roubo qualificado, detenção de arma proibida, recetação e furto qualificado, têm antecedentes criminais: um foi condenado em pena de prisão de cinco anos, suspensa na sua execução por igual período, enquanto outro foi condenado pelo crime de evasão.
Na sexta-feira, 29 de dezembro do ano passado, os três homens assaltaram uma carrinha de transporte de valores, no momento em que a viatura recolhia dinheiro de uma agência bancária, na estrada do Paço do Lumiar. A PGDL acrescenta que os arguidos faziam vigilâncias prévias dos locais e das carrinhas que pretendiam assaltar.
A investigação apurou que os arguidos estacionaram no local onde se encontrava a carrinha de transporte de valores e aguardaram pela saída do interior do banco do vigilante da empresa de segurança responsável pelo transporte do dinheiro.
Nesse momento atacaram-no "com murros e pontapés, ao mesmo tempo que lhe apontavam uma arma de fogo à cabeça". Conseguiram roubar a mala e os dois sacos que a vítima transportava, com 100.000 euros, 300 euros e 600 euros, respetivamente.
Os suspeitos "encetaram de imediato uma fuga numa viatura" roubada em direção à rua Diogo Cão, em Queluz de Baixo, onde viriam a ser detidos pela PSP, "após violenta reação" dos suspeitos, "o que motivou disparos com armas de fogo" da parte dos agentes policiais "em resposta ao ataque" dos três homens.
A PGDL conta ainda que os três arguidos, "em comparticipação com vários outros indivíduos desconhecidos até à data" tinham roubado a viatura usada neste assalto, e outras duas viaturas, "com a finalidade de as utilizar em seguida, nos vários assaltos que planeavam".
"Os arguidos não tinham profissão e viviam da subtração violenta de valores nomeadamente através dos assaltos em dependências bancárias ou dos CTT (correios), de terminais de multibanco ou de carrinhas de valores", sublinha a PGDL.
Há ainda "fortes indícios" de que estes arguidos, acompanhados de outros desconhecidos, a 18 de dezembro do ano passado, "entraram em passo de corrida na estação dos CTT de Alfragide, com a finalidade de subtraírem os valores guardados no cofre, o que apenas não conseguiram por motivos alheios à sua vontade em consequência de dificuldades técnicas surgidas na ocasião".
Mesmo assim, "os arguidos que tinham ordenado aos clientes para se deitarem no chão" e gritado: "`isto é um assalto`, exigiram-lhes a entrega das respetivas carteiras", apropriando-se de 1.600 euros.
"Como um dos clientes se tivesse recusado a fazê-lo, os arguidos desferiram-lhe vários socos e pontapés no corpo e na cabeça de modo a apropriarem-se da carteira", relata a PGDL.
Um dia antes, a 17 de dezembro, "o mesmo grupo havia partido o `shutter` da saída de notas de um terminal de multibanco numa agência bancária, na Amadora, e de um terminal existente na Junta de Freguesia de Sacavém, concelho de Loures, "com o propósito de se apoderarem das quantias em dinheiro existentes, o que não lograram conseguir".
A investigação prossegue sob a direção do Ministério Público no Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, com a coadjuvação da PSP.