Tancos. Azeredo Lopes suspeito de avalizar plano da PJ Militar

por RTP
O ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes, no Parlamento Lusa

Azeredo Lopes é suspeito de saber, “desde o início”, do plano da Polícia Judiciária Militar para a recuperação do material de guerra furtado dos Paióis Nacionais de Tancos e de o ter autorizado. A notícia foi esta sexta-feira avançada pela revista Sábado, que cita o despacho de apresentação do ex-ministro da Defesa ao juiz de instrução.

Segundo o documento, os procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal acreditam que, em agosto de 2017, dois meses antes de as armas aparecerem na Chamusca, Azeredo Lopes manteve uma reunião no ministério da Defesa com o ex-diretor da Polícia Judiciária Militar, Luís Vieira. Neste encontro, não só ficou a saber do plano como o autorizou.O ex-ministro está proibido de contactar com os outros arguidos e com o seu ex-chefe de gabinete e com o antigo chefe de Estado Maior do Exército, general Rovisco Duarte.


O ministro demitiu-se a 12 de outubro de 2018, após o então diretor da Polícia Judiciária Militar ter também garantido que Azeredo Lopes tivera conhecimento da encenação do aparecimento das armas.

Na audição da comissão parlamentar de inquérito, o ex-ministro negou sempre qualquer envolvimento no caso.

Em comunicado citado pela agência Lusa, Azeredo Lopes reafirma que nada fez de ilegal ou errado, lamentando "a flagrante violação do segredo de justiça que tal notícia consubstancia, e a que todos os agentes processuais estão obrigados por lei".

"Mais uma vez digo que, não obstante este episódio, confio na Justiça, com ela colaborarei, como é meu dever, e estou convicto, porque nada fiz de ilegal ou incorreto, que serei completamente ilibado de quaisquer responsabilidades neste processo", refere.

O ex-governante foi constituído arguido neste caso e responde pela alegada prática de crimes de denegação de justiça e prevaricação.
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